Hotéis. Venda cai com a retoma do turismo em Portugal

Valor acrescentado bruto gerado pelo turismo aumentou 27,3% em 2021, de acordo com os dados do INE. 

Com a pandemia, muitos negócios turísticos viram-se forçados a fechar e isso refletiu-se no aumento de hotéis à venda no país. A conclusão é do idealista ao garantir que, a oferta de hotéis no mercado português caiu 14%, no primeiro trimestre do ano. Ainda assim, representa uma redução face aos três primeiros meses do ano de 2021: passando de 218 unidades à venda no país para 187 hotéis no mercado entre janeiro e março de 2022..

O mesmo estudo indica que, olhando para os 18 distritos e duas ilhas portuguesas, verifica-se que a oferta de hotéis à venda desceu em 10 localidades entre o primeiro trimestre de 2021 e igual período de 2022. E é Santarém que está a liderar as quedas. “Neste distrito da região Centro, contabilizaram-se apenas três unidades hoteleiras no mercado entre janeiro e março de 2022, número que contrasta com as 11 registadas em igual período do ano passado. Contas feitas, a queda na oferta de alojamento turísticos foi de 73% entre estes dois momentos”.

Segundo o idealista, este não foi o único distrito ou ilha a registar reduções substanciais na oferta hoteleira. Também a Guarda viu o número de hotéis cair de 5 no primeiro trimestre de 2021 para apenas 2 no mesmo período de 2022(-60%). Em Coimbra, a oferta passou de 13 unidades para 7 entre estes dois trimestres (-46%) e em Leiria caiu de 14 hotéis à venda para apenas 8 (-43%).

Estes quatro distritos da região Centro foram os que registaram as quedas mais acentuadas na oferta de hotéis à venda em Portugal entre o primeiro trimestre de 2021 e igual período de 2022. 

O mesmo estudo revela ainda que, em quatro distritos a oferta de hotéis no mercado manteve-se inalterada no período em análise. São eles: Beja, Castelo Branco, Setúbal e Vila Real. “E houve também seis distritos do país onde, pelo contrário, o stock de alojamentos turísticos subiu, como é o caso de Bragança, Portalegre, Braga, Lisboa, Aveiro e Viseu”, refere.

Em entrevista ao i, Berrando Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), garantiu que “há projetos que avançaram, outros que aguardavam, e sabemos que há projetos que aguardam melhores dias para poderem ser lançados. O que para nós é importante é que, do ponto de vista da oferta, ela possa fazer o seu caminho, mas entendemos também que do ponto de vista da nossa relação com os clientes possamos melhorar a nossa prestação. Mas para isso há um tema nacional, mas com forte implicação na cidade de Lisboa, que é o aeroporto, que é preciso ter em conta”.

 

Valor acrescentado

Já esta segunda-feira, a estimativa preliminar da Conta Satélite do Turismo para 2021 previu que o valor acrescentado bruto gerado pelo turismo aumentou 27,3% em 2021, apontando para um aumento nominal de 27,3% do Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) face a 2020, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE). “O VABGT representou 5,8% do VAB nacional (4,8% em 2020), situando-se ainda 2,3 p.p. abaixo de 2019 (em que representou 8,1% do VAB da economia)”, refere. 

Já o Consumo de Turismo no Território Económico (CTTE) foi equivalente a 10,1% do PIB (8,4% em 2020), mas 5,2 p.p. inferior ao nível de 2019, De acordo com o gabinete de estatística, estes resultados, “traduziram-se num contributo de cerca de 2/3 para a redução em volume do PIB em 2020, e em pouco mais de 1/3 para a sua recuperação em 2021”.