A britânica Ghislaine Maxwell foi condenada a 20 anos de prisão, depois de ter sido dado como provado que aliciava adolescentes, que acabavam por ser abusadas sexualmente pelo antigo namorado e milionário Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019.
Foi condenada em apenas três das acusações, pois a juíza considerou que duas das acusações de conspiração eram repetitivas.
O Ministério Público norte-americano pedia uma pena de, pelo menos, 30 anos de prisão.
Já os advogados de defesa de Maxwell, atualmente com 60 anos, alegavam que a ex-namorada de Epstein não devia passar mais de cinco anos na prisão.
Apelando à compreensão do tribunal, a defesa sublinhou que a britânica tinha sido alvo de ameaças de morte e que as condições adversas na prisão provocaram notórias quedas de peso e de cabelo.
Do lado da acusação, o Ministério Público lembrou o seu “papel instrumental no horrível abuso sexual de várias adolescentes”, entre 1994 e 2004, em algumas das casas de Epstein nos EUA.
“Como parte de um acordo perturbante com Jeffrey Epstein, Maxwell identificou, preparou e abusou de várias vítimas, enquanto desfrutava de uma vida de luxo e privilégio extraordinários. Maxwell deixou para trás vítimas permanentemente marcadas por danos emocionais e psicológicos”, alegaram os procuradores.
“Este dano nunca pode ser desfeito, mas deve ser considerado na elaboração de uma sentença justa para os crimes de Maxwell”, acrescentaram.
Outro dos pontos, referidos pelo Ministério Público, para justificar o pedido de pelo menos 30 anos de prisão foi a aparente falta de remorsos da acusada.
“Em vez de mostrar sequer um indício de aceitação da responsabilidade, a ré faz uma tentativa desesperada de lançar a culpa onde quer que possa”, alega a acusação.
Recorde-se que Maxwell, em dezembro, foi declarada culpada de cinco das seis acusações que lhe eram feitas, relacionadas com a exploração sexual de raparigas com 14 anos.