Como há dias dedicados a quase tudo – se formos pesquisar até é difícil acreditar na existência de algumas destas datas comemorativas, embora haja casos que, por mais ridículos que possam parecer, são assinalados com a devida pompa e circunstância –, as redes sociais também não poderiam ficar em branco. Aliás, são estas plataformas as principais responsáveis por promover e dar a conhecer algumas dessas datas.
A relevância que assumiram já é sabida e é fácil percebê-lo quando em muitas conversas de café a introdução de um tema começa por interrogações como: ‘Viste a publicação feita por X?’ ou ‘E o post de Y’. Para não falar do frenesim aquando do recente apagão de algumas das principais plataformas utilizadas.
E assim vamos vivendo na era do até posso não saber quem é, mas dá-me só dois segundos que fico já a saber.
Mas foi nestes contexto que comecei precisamente a ver como o calendário podia facilmente ser feito apenas com o Dia Internacional disto ou o Dia Mundial daquilo. Se o tão já famoso Dia do Riso viesse a calhar numa segunda-feira até era uma forma mais leve de começarmos a semana (por acaso este ano calhou a uma terça). Também no mês de janeiro é celebrado nos EUA o Dia das Pessoas Estranhas, uma homenagem às pessoas diferentes, vá-se lá saber o que isso pode significar. Mas a lista não tem fim: é o Dia do Engolidor de Espadas – já custa engolir alguns sapos, imaginamos que não será fácil para os que se dedicam à arte; o Dia do Pi – não, não o pi que associamos às palavras menos elegantes, trata-se mesmo do número 3,14, comemorado a 14 de março, à boleia do nascimento de Albert Einstein. E, de repente, entre Dias da Pizza, do Star Wars e de levar cães ao trabalho, eis que surge o Dia Mundial do Backup, o que nesta semana acabou por fazer sentido depois do ataque informático de que este jornal foi alvo. Resta ver se os outros também chegarão a bater certo em algum momento… Afinal, somos todos estranhos. Uns mais do que outros.