O Congresso Nacional do PSD marcará o início de uma nova fase do Partido, de acordo com a vontade expressa pelos militantes. Luís Montenegro, eleito em eleições diretas com uma vantagem clara, inicia o mandato na liderança do PSD reunindo a legitimidade democrática, um Grupo Parlamentar com uma liderança escolhida por si a que se acrescenta um Governo que se encontra numa fase de desgaste precoce.
A realização de eleições antecipadas foi consequência da derrota eleitoral do PSD nas eleições legislativas realizadas em Janeiro e da decisão do presidente Rui Rio em antecipar o final do seu mandato.
Rui Rio liderou o PSD durante três mandatos consecutivos por vontade dos militantes, em eleições em que foi renovando a confiança. Rui Rio foi o líder do PSD que, em oposição, mais tempo manteve o apoio dos militantes.
O PSD distingue-se dos restantes partidos, também, por respeitar a democracia, por orgulhar-se do seu património e por respeitar os seus líderes. Rui Rio prestou um serviço ao Partido e ao país que merece respeito e consideração. Pode, agora, ser alvo de críticas, aliás, nunca deixou de sofrer uma oposição interna ativa, mas deixa um legado de responsabilidade no serviço ao país, de maturidade democrática na disponibilidade para o diálogo e compromisso e de pendor reformista que, desejo, tenha deixado sementes.
A eleição direta que determinou a vitória expressiva de Luís Montenegro teve como adversário Jorge Moreira da Silva.
Este triunfo, para além de inequívoco, resultou da disputa com um candidato de grande qualidade, o que valoriza ainda mais o seu sucesso. Jorge Moreira da Silva merece respeito pela sua atitude, pela apresentação clara de alternativas e pela qualidade e elevação da sua prestação.
No início de mandato, Luís Montenegro, não sendo deputado, beneficia também da possibilidade de ajustar a Direção do Grupo Parlamentar de acordo com a sua estratégia. A anunciada demissão de Paulo Mota Pinto, abre espaço para uma nova Direção que corresponde à vontade do novo líder.
Paulo Mota Pinto, líder do Grupo Parlamentar do PSD neste início de mandato, revelou um sentido de serviço ao Partido que merece consideração. Tendo iniciado funções num momento em que o Partido iria para eleições internas, não deixou de estar disponível para servir na liderança da bancada social-democrata, revelando uma atitude que, mesmo em circunstâncias difíceis, quer pela situação interna do Partido, quer pela condição minoritária face a uma maioria absoluta do PS, protagonizou uma firme oposição ao Governo e dignificou o PSD.
A vitória de Luís Montenegro inicia um novo capítulo na vida do PSD, reunindo todas as condições para ser bem-sucedido, a bem do país: uma vitória inequívoca, um Partido motivado, unido e disponível, um Congresso que anima o início de mandato, a certeza de que não irá conviver com uma oposição interna, uma Direção do Grupo Parlamentar ajustada à sua vontade e um Governo precocemente desgastado.
Os portugueses esperam, nada menos que uma alternativa ao atual estado de degradação do país.
Aos militantes em geral e aos deputados em particular, cabe a obrigação de contribuírem ativamente para o trabalho de oposição sempre que forem chamados a colaborar. Assim farei também.