Nos Estados Unidos da América (EUA), as armas de fogo causaram pelo menos 100 mil feridos ou morto por ano, em especial nos condados mais pobres, alertou esta sexta-feira o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), no relatório semanal de mortabilidade e mortalidade (MMWR, na sigla inglesa)
"Os condados com maior vulnerabilidade social tiveram taxas mais elevadas de visitas às urgências devido a ferimentos com armas de fogo durante o período 2018-2021", lê-se no relatório do CDC, que resultou da análise de 647 condados em dez jurisdições que participam num programa de registo de ferimentos e mortes com armas de fogo.
"Comparando com condados de baixa vulnerabilidade social, a taxa de visitas às urgências por ferimentos com armas de fogo foi 1.34 vezes mais elevada nos condados com vulnerabilidade social média e 1.80 vezes mais elevada nos condados com alta vulnerabilidade", explica ainda o mesmo documento, sublinhando que maior índices de pobreza e desemprego já tinham sido associados a um maior risco de incidente com armas, ao passo que a pobreza está ligada a maiores taxas de homicídios com armas de fogo.
O organismo sublinhou que maiores índices de pobreza e desemprego já tinham sido associados a um maior número de incidentes com armas, e que a pobreza e desigualdade salarial estão ligadas a maiores taxas de homicídios com armas de fogo.
"Desigualdades atuais e históricas que marginalizam alguns grupos étnicos e raciais minoritários nos Estados Unidos podem contribuir para elevadas taxas de ferimentos com armas de fogo nestas comunidades", indicou ainda o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
O relatório refere também o efeito do racismo estrutural, espelhado em práticas discriminatórias que levam a falta de investmento em zonas com uma maior percentagem de residentes de minorias étnicas e raciais. "A evidência indica que a segregação racial residencial também tem sido preditiva de disparidades raciais nos homicídios por armas de fogo", indicaram os autores o estudo.