No rescaldo da pandemia tornou-se mais evidente o facto de todos andarem à procura do mesmo: paz. A maioria não quer ter razão, quer ter paz. ‘Se te custa a paz, é demasiado caro’, dizem. E por aí fora. É o problema dos estados de alma, que não podem ser encontrados no local onde temos a perceção de que os podemos ter perdido ou deixado cair. E não nos permitem a ousadia de acreditar que estão atirados numa estante qualquer e, por isso, mais tarde ou mais cedo voltam a dar o ar da sua graça, bastando grande parte das vezes a visão periférica, mesmo após tantas buscas incessantes e supostamente atentas. E, depois, o problema maior no que respeita ao abstrato, como as inseguranças de onde ser mais provável encontrá-la num mundo com opções infindáveis para a nossa esperança média de vida. Escrever o nome de Mike Tyson nesta sequência pode parecer confuso, mas as afirmações recentes do ex-pugilista causaram surpresa entre muitos e vêm a propósito. Disse a lenda do boxe: «Eu tive os três melhores anos da minha vida na prisão». E porquê? «Lá eu tinha paz».
Não se vá achar que será inteligente começar a abrir ainda mais opções rumo à meta final, que fique claro, mas naquele cenário em concreto está longe de ser difícil de acreditar, diga-se de passagem. É como a tal história dos homens que vivem livres na cadeia… e os outros, que se sentem presos em liberdade.
Mas é mais uma prova de que a tal paz pode ser encontrada nos lugares mais impensáveis. Ou nas pessoas. Até nas músicas. E se for num festival, melhor. E não há motivos para preocupações menores, até porque se a máscara já caiu, Brad Pitt aproveitou para dar a conhecer a nova dica para as situações mais constrangedoras. A prosopagnosia promete vir substituir a velhinha desculpa daqueles que nunca veem nada, exceto quando há algum brinde a quilómetros de distância.
Ninguém acredita nele, diz, mas é garantido que serão cada vez mais os casos…