BE pede audição urgente da autoridade metropolitana de transportes

Bloco fala em situação de “caos” em Almada, com supressão de carreiras e falta de horários.

O Bloco de Esquerda pediu a audição urgente da autoridade metropolitana de transportes na Assembleia da República a propósito da implementação da Carris em Almada.

A nova rede de transportes públicos rodoviários no distrito de Setúbal, sob a gestão da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), começou a operar no início do passado mês de junho, mas apenas nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo Palmela e Setúbal. Já em Almada, a operação iniciou-se a 1 de julho. Contudo, segundo o grupo parlamentar bloquista, a situação está “um caos”.

“Os utentes indignaram-se contra carreiras cheias, falta de horários de manhã e à noite, supressão de carreiras fundamentais para o município sem alternativas viáveis, fraca oferta de serviços em áreas dos concelhos onde o acesso à mobilidade é já reduzido, supressão de destinos em Lisboa que obrigam a transbordos e deslocações mais longas, falta de informação sobre horários e trajetos, falta de sinalização das paragens, a falta de coordenação com outros meios de transporte públicos, entre outros problemas”, refere o BE no requerimento que deu entrada na Assembleia da República.

A supressão de carreiras e horários, acusa o BE, impede a deslocação de e para o trabalho de milhares de trabalhadores que residem em freguesias como a Costa da Caparica, Charneca de Caparica ou Sobreda.

“Perante este quadro, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda considera urgente ouvir o Presidente do Conselho de Administração da TML, Faustino Gomes, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação”, argumentam os bloquistas.

Na passada quinta-feira, a presidente da Câmara Municipal de Almada assegurou que, a partir de 8 de julho seria reforçada a oferta da Carris Metropolitana para os períodos da manhã e da noite em várias linhas.

Numa publicação no Facebook Inês de Medeiros explicou que esta alteração “resulta da auscultação aos munícipes, bem como, da pressão e trabalho conjunto da Câmara Municipal de Almada e da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), para resolver alguns dos constrangimentos identificados desde o início da operação”.

Este anúncio surgiu depois de vários munícipes do concelho de Almada terem criticado o serviço prestado no concelho pela Carris Metropolitana, durante a reunião extraordinária da Assembleia Municipal, alertando que existem menos carreiras e menos autocarros a circular.