Portugal. Bruxelas sobe para 6,5% previsão de crescimento

Será o país que mais cresce na Europa, segundo as previsões da Comissão Europeia.

A Comissão Europeia reviu em alta as previsões para o crescimento do produto interno bruto (PIB) de Portugal este ano, passando de 5,8% para 6,5%. Mas, para os anos seguintes, as projeções foram revistas em baixa passando de 2,7% para 1,9%.

Segundo as previsões económicas de verão de Bruxelas, Portugal será o país da União Europeia que mais crescerá este ano, algo que, na verdade, já acontecia nas projeções anteriores. No entanto, em 2023, Portugal cai na lista e ocupa o 15.º lugar no que diz respeito ao crescimento. “Após um forte início de ano, o crescimento de Portugal deverá moderar em termos trimestrais, mas manter-se significativo em termos anuais em 2022”, lê-se no documento que acompanha as previsões.

Esta previsão de crescimento foi explicada pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, que diz que a forte retoma no início do ano impulsionou este crescimento. “Temos um crescimento acima do esperado para Portugal e isso é, em grande medida, baseado no crescimento substancial registado no primeiro trimestre, que gerou um efeito carry-over [de arrastamento] para todo o ano”, referiu Paolo Gentiloni.

Lembrando que, nos primeiros três meses deste ano, o nosso país contou com uma variação trimestral de 2,6% e um crescimento homólogo de 11,9%, Gentinoli não tem dúvidas: “É um crescimento bastante forte para Portugal”.
Junta-se a importância da retoma do turismo internacional. “Sabemos que o turismo é muito importante para vários Estados-membros. Para Portugal em particular, o turismo internacional é muito importante”, disse o responsável, acrescentando que os atuais problemas nos aeroportos europeus para Portugal “não são motivo para preocupações”.
Bruxelas reviu também em alta a taxa de inflação: Para Portugal está prevista uma inflação de 6,8% este ano e 3,6% no seguinte.

Quem reagiu a estas previsões foi o ministro português das Finanças, Fernando Medina, que considera que Portugal “sairá do processo de pandemia com um nível de crescimento do global do período acima de países como Espanha, Itália, Alemanha e França” — “e para vários deles, com diferenças muito significativas”, disse na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República.

Satisfeito com as previsões da Comissão Europeia, Medina acrescentou ainda que estes valores representam  “uma resiliência da economia portuguesa muito significativa e importante”.
Sobre a previsão de crescimento para o próximo ano, o ministro das Finanças avançou: “É evidente que há sinais de abrandamento para 2023, mas os dados mostram também para Portugal de novo um crescimento acima da Zona Euro”.

PIB da UE em baixa em 2023 Bruxelas manteve as previsões de crescimento do PIB da União Europeia nos 2,7% em 2022, mas reviu em baixa as projeções para 2023, de 2,3% para 1,5%. 

E diz que a “guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia continua a afetar negativamente a economia da UE, numa trajetória de menor crescimento e de inflação mais elevada em comparação com a previsão de Primavera”, lê-se no comunicado. Os riscos mantêm-se assim “elevados e dependentes da guerra”.

Sobre a inflação,  a instituição liderada por Ursula Von der Leyen recorda que “a inflação global, até junho, atingiu máximos recordes à medida que os preços da energia e dos alimentos continuaram a crescer e as pressões sobre os preços se alargaram aos serviços e outros bens”, o que levou a uma nova revisão “consideravelmente em alta” face à projeção da primavera:  7,6% na zona euro e 8,3% na UE este ano.

 

Notícia atualizada às 15h40 com reação do ministro das Finanças, Fernando Medina