por Simões Ilharco
O primeiro-ministro disse que aguardava pelo PSD para decidir sobre o aeroporto. Mas, pasme-se, os sociais-democratas dizem agora que não têm posição.
Mais do que uma novela – há tantos anos que se arrasta com episódios rocambolescos à mistura – a história do nosso famigerado aeroporto assume agora contornos de anedota.
O primeiro-ministro aguardava pelo PSD para decidir, mas este faz saber que não têm posição sobre a matéria. Será para evitar o diálogo com o PS? Se assim é, parece-me mal. O PSD não pode passar de um extremo para o outro – do amorfismo de Rui Rio para o extremismo de Montenegro, ou talvez melhor, de Rangel.
Seja qual for o motivo, uma coisa é certa: a credibilidade dos nossos políticos actuais sai altamente afectada com tudo isto. É na verdade uma classe política sem classe, como costumo dizer.
Com este novo impasse, o aeroporto será remetido para as calendas gregas ou não será mesmo feito. A Portela, com mais ou menos voo, lá vai dando conta do recado, ao contrário dos nossos políticos – esses é que não dão!
A sensação que se tem é que andam a gozar com o povo e com o país. Estou mesmo convencido de que se Portugal não pertencesse à União Europeia, onde só admitem países democráticos, o regime saído do 25 de Abril teria os dias contados. O seu descrédito é enorme. E quanto mais histórias como esta do aeroporto houver maior será.
Sou forçado a dar razão a Alberto João Jardim, que disse, um dia, que Portugal só terá salvação com uma grande limpeza na classe política. E enquanto ela não for feita, o país continuará sujo. E mais grave ainda, podre e corrupto. Só para emigrarmos valia a pena o novo aeroporto!