por Simões Ilharco
Augusto Santos Silva, actual presidente da Assembleia da República, posiciona-se como o mais provável sucessor de António Costa na liderança do partido e na chefia do Governo.
Trata-se, sem dúvida, do quadro de maior valia intelectual e política que os socialistas têm e afasta liminarmente a hipótese Pedro Nuno Santos, muito 'chamuscado' com o triste episódio do aeroporto.
Ao admitir a sua candidatura a Belém, Santos Silva coloca-se como figura cimeira do PS, pronta para os mais altos voos. A ida de Costa para a Europa, já em 2024, parece certa e a passagem de testemunho ao actual presidente da Assembleia da República é quase outra certeza.
A hipótese de o PS ter uma mulher como secretária-geral, muito aventada, perdeu força com o mau desempenho de Temido na Saúde, também ela, à semelhança de Pedro Nuno Santos, muito 'chamuscada'.
Mariana Vieira da Silva, pela sua tenra idade, e Ana Catarina Mendes parecem sem gabarito para competir com Santos Silva e o mesmo se diga de Fernando Medina, outro potencial sucessor, mas que o deixou de ser com a perda da Câmara de Lisboa e a fuga de informações para a Russia.
Com Santos Silva, o PS iniciará novo ciclo político. Não vejo Montenegro nem Rangel com grandes possibilidades de o enfrentar com êxito. A mexicanização da vida política portuguesa ganhará contornos mais nítidos. O descontentamento que haja será canalizado para Costa, nunca para Santos Silva. O PS vai começar de novo.