Gazprom reduz por “motivos técnicos” abastecimento de gás à Alemanha

Alemanha confirmou hoje de manhã que se verifica a redução esperada e que corresponde “a metade” do que estava a ser abastecido nos últimos meses.

O abastecimento de gás à Alemanha pela empresa russa Gazprom foi reduzido, esta quarta-feira, “por motivos técnico”. Esta redução corresponde à quinta parte da capacidade do gasoduto Nord Stream, segundo indicam os dados divulgados no portal oficial da companhia.

O fluxo de combustível russo começou a diminuir às 09h em Moscovo (06h em Lisboa), sendo que o volume diário de abastecimento aos alemães vai ser de 33 milhões de metros cúbicos.

A autoridade alemã confirmou hoje de manhã que se verifica a redução esperada e que corresponde "a metade" do que estava a ser abastecido nos últimos meses.

Portanto, desde as 06h (hora de Lisboa) que estão a fluir 1,28 metros cúbicos de gás por hora, tal como tinha anunciado a Gazprom que justifica a redução com trabalhos de manutenção e também falhas numa turbina.

Note-se que o corte surge depois de o serviço ter sido retomado na semana passada, após 10 dias de interrupção total devido a serviços de manutenção, como afirmou Moscovo.

A Alemanha considera este corte como uma “estratégia de guerra” da Rússia, rejeitando a justificação técnica apresentada pela Gazprom, refere a agência federal de redes alemã Bundesbetzagentur.

Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o ministro da Economia, Robert Habeck, disseram que não existem “obstáculos” em termos técnicos para a redução da distribuição do gás russo através do Nord Stream.

Na ótica de Habeck, Moscovo usa o abastecimento de gás como “arma de guerra”.

Em fevereiro, quando começou a invasão russa à Ucrânia, o abastecimento russo na Alemanha correspondia a 55% do total de importações de gás desse país, cujo valor baixou no final de junho para 26%.

O ministro de Economia alemão tem como objetivo até ao primeiro dia de novembro de armazenar 95% dos depósitos de gás para garantir a segurança energética do país durante o próximo inverno.

Atualmente, os depósitos alemães encontram-se com 64,4% da capacidade, de acordo com o governo.