A água voltou a subir no Tejo, com alguns dos moradores ouvidos na semana passada pelo Nascer do SOL na zona de Santarém a darem conta de água como já não viam desde fevereiro. O Nascer do SOL pediu um esclarecimento ao Ministério do Ambiente.
Sem responder à pergunta, remeteu para uma nota de agenda que dá conta da deslocação, este sábado, do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas a Abrantes. João Paulo Catarino vai reunir-se com os autarcas da região Tejo no contexto da situação de seca, dizia esta nota.
O que aconteceu foi no entanto explicado ao Nascer do SOL por fonte conhecedora da gestão de albufeiras: Espanha abriu as comportas da albufeira de Cedillo, no que terá sido uma descarga de fundo que deu alguma água ao Tejo numa altura em que a contaminação de algas e baixos caudais estavam a tornar-se problemáticos.
Ao abrigo da Convenção de Albufeiras, Espanha tinha ainda de libertar para Portugal 600 h3 de água no Tejo. Mas o alívio, se não chover, não será de muita dura. Segundo os dados do SNHRI, que o Nascer do SOL consultou, por exemplo em Almourol, significou que o Tejo, que estava com um caudal na casa dos 20 m3/s voltou esta quinta-feira a registar um caudal médio diário de 133m3/s.
A última vez que tinha estado neste nível tinha sido em junho, mas voltou a diminuir rapidamente, «Ajuda a limpar», explicou ao Nascer do SOL Paulo Constantino, do Movimento Pró-Tejo, que tem denunciado a poluição pelo bloom de algas de extrema toxicidade proveniente de Espanha, quando a água baixa fica mais à vista.