O regime chinês está furioso com os planos de Nancy Pelosi para visitar Taiwan. Caso a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos mantenha a sua decisão de visitar o território reivindicado por Pequim, as forças armadas chinesas “não vão ficar de braços cruzados”, chegou a ameaçar o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, esta segunda-feira. O mar da China é há muito apontado por analistas como uma das regiões onde há maior risco de deflagrar uma terceiro conflito mundial – desde fevereiro que a Ucrânia passou a fazer-lhe concorrência, claro.
Pelosi, apesar dos riscos, continuou a mostrar-se decidida em incluir Taiwan no seu périplo pela Ásia, avançou a CNN. Estando o departamento da Defesa americano a trabalhar a todo o vapor para assegurar a sua segurança, apesar deste território não estar incluído no itinerário oficial da dirigente democrata.
Caso vá para a frente com a sua viagem, Pelosi seria a primeira presidente da Câmara dos Representantes a visitar Taiwan em mais de 25 anos. Ainda para mais fazendo-o no momento em que a relação entre Washington e Pequim está particularmente tensa. E não só devido à China ser acusada de ajudar a regime russo, seu aliado, a contornar as sanções ocidentais.
Dificilmente o regime liderado por Xi Jinping poderia ignorar uma aproximação dos EUA a Taiwan. Este território, que desde que Mao Tsé-Tung tomou o poder, em 1949, se tornou último refúgio dos derrotados da guerra civil, tem uma importância simbólica enorme para a linha dura do partido comunista. Além de se ter transformando num colosso da produção de chips, cruciais para toda a produção industrial moderna.
Se Pelosi for a Taiwan, “a China terá respostas resolutas e fortes contramedidas para defender a sua soberania”, salientou Lijian. “Quanto a essas medidas, se ela se atrever a ir, então esperem para ver”, rematou.
Já a Casa Branca mostrou apoio à iniciativa da presidente da Câmara dos Representantes. “Não há razão para a retórica chinesa. Não há razão para quaisquer ações serem tomadas”, salientou John Kirby, membro do Conselho Nacional de Segurança, tentando deitar alguma água na fervura