O Conselho da Federação Russa doou, através do parlamento moçambicano, diversos tipo de material para apoiar as comunidades afetadas pelo terrorismo em Cabo Delgado, nomeadamente para as crianças.
Citado esta quarta-feira pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), o vice-presidente do parlamento daquele país, Hélder Injojo, disse que olham com "particular carinho as destinadas às crianças e aos nossos concidadãos, de um modo geral, vítimas do terrorismo".
O apoio é composto por material escolar e desportivo e vai ser canalizado, através do Ministério do Género, Criança e Ação Socialpara as crianças de comunidades deslocadas devido às incursões de rebeldes armados que, desde 2017, têm aterrorizado a província de Cabo Delgado.
Existem, devido ao conflito, cerca de 800 mil deslocados internos, segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, de acordo com o projeto de registo de conflitos ACLED.
A doação resultou de compromisso feito pela presidente do COnselho da Federação russa, Valentina Matviyenko, que visitou Moçambique no final de maio deste ano. Na altura, a governante classificou Moçambique como um "parceiro confiável", que a Rússia apoiou em todas etapas por que o país passou.
Durante a visita, Valentina Matviyenko e Esperança Bias, presidente da Assembleia da República de Moçambique, assinaram um acordo com visava reforçar a cooperação entre os dois parlamentos, incidindo na troca de experiências e na partilha de informações.
Valentida Matviyenko foi uma das pessoas russas que foram submetidas a sanções por parte dos Estados Unidos da América e da União Europeia (bens congelados e sem direito a visto) desde 2014, devido a seu papel na anexação da Crimeia pela Rússia.
Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em duas resoluções que foram a votos na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo que, numa delas condenou-se a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra e outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos.
Recorde-se que a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, o partido no poder desde a independência) foi um aliado de Moscovo na altura da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra a o colonialismo português e ajuda económica depois da sua independência.