Para Mondlane, trata-se de mais um caso de “intolerância política”
O Presidente da República, Daniel Chapo, reuniu-se com o candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane, para discutir o futuro de Moçambique.
Para além da instauração de um processo-crime, Mondlane pede que seja constituído assistente e uma indemnização aos que perderam os seus familiares nos protestos
Moçambique vive desde as eleições gerais de 9 de outubro um clima de agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados da votação, com manifestações, protestos nas ruas, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a polícia que provocaram mais de 300 mortos
Grupos terroristas associados ao Estado Islâmico estão a raptar crianças para as suas fileiras na província de Cabo Delgado. O número de crianças-soldados está a aumentar.
Como Mondlane não é presidente do Podemos, partido que apoiou a sua candidatura, continua de fora da conversações.
Os manifestantes saíram à rua para exigir o fim das portagens na principal estrada do país. A polícia disparou para reabrir os acessos à portagem.
Foi num ambiente de grande instabilidade que Daniel Chapo tomou posse como Presidente da República. Tem como missão conseguir a reconciliação nacional e a recuperação económica.
Cerimónia de investidura ficou marcada por novos confrontos entre a polícia e apoiantes de Venâncio Mondlane. Pelo menos cinco pessoas morreram em Maputo.
Paulo Rangel reconheceu que Portugal tem, pelos “laços afetivos históricos, culturais profundos”, uma “posição especial” neste processo pós-eleitoral
A cerimónia na Praça da Independência, no centro de Maputo, aconteceu sob fortes medidas devido ao anúncio de manifestações e protestos, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições de 9 de outubro de 2024.
Venâncio Mondlane regressou a Moçambique, mas isso não significa que a calma tenha voltado ao país. Enquanto discursava no centro de Maputo, os seus apoiantes foram alvejados pela polícia e três morreram.
A eleição de Chapo tem sido contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane — candidato que, segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas reclama vitória — em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”
Venâncio Mondlane mostrou-se aberto ao diálogo, desde que tenha mediação internacional, ao mesmo tempo que prepara a nova fase de contestação “Ponta de Lança”.
“Além do saque dos produtos, os manifestantes também destroem fábricas e isto é muito mais grave”, disse Silvino Moreno, ministro da Indústria e Comércio moçambicano, em declarações aos jornalistas.
Venâncio Mondlane avisou que os próximos dias seriam difíceis. Os seus apoiantes cumpriram, levantaram barricadas, incendiaram esquadras, fizeram pilhagens e entraram em violentos confrontos com a polícia, de que resultaram 126 mortos em três dias
O maior perigo é a divisão do país, que está a ser falada, cada vez com mais frequência