“O Presidente da República evoca, com respeito, admiração e amizade, o General João de Almeida Bruno, apresentando as suas condolências à Família e ao Exército Português, que serviu com independência, sentido de missão e devoção integral”.
Assim anunciou a Presidência da República as suas condolências à família do general Almeida Bruno, que morreu na madrugada de quarta-feira, e que foi comandante da Academia Militar. Almeida Bruno ficou também conhecido, por outro lado, pela sua passagem pela PSP, onde foi comandante-geral, e onde deixou rituais que, apurou o i junto de fontes dessa força policial, ainda hoje se mantêm.
Essas mesmas fontes explicam ao i que Almeida Bruno representava as duas faces da mesma moeda. “Almeida Bruno, no fundo, fez a transição da PSP do Estado Novo para a polícia do 25 de Abril. Ele foi a luz e a sombra. Luz, porque, no fundo, foi um dos que mais lutou pelo aparecimento de uma Escola Superior de Polícia. Não nos podemos esquecer que durante muitos anos os oficiais da PSP saíam das forças armadas. Sombra, porque sempre se opôs aos movimentos associativos, pois defendia que a polícia tinha de ser politicamente isenta e neutral. Mas também não nos podemos esquecer que nessa época era o PCP que controlava a ASPP”.
lamento do exército Também o Exército português lamentou a morte do general, através de uma publicação nas redes sociais. “É com profundo pesar que o Exército Português lamenta o falecimento do General João de Almeida Bruno. Apresentamos condolências à sua Família e Amigos, expressando o maior respeito e honrando a memória deste notabilíssimo Soldado do Exército Português. Descanse em Paz, meu General”, pode-se ler na publicação em questão. O Ministério da Defesa Nacional, por sua vez, emitiu também uma nota de pesar.
Durante a tarde, no entanto, o Exército enviou um extenso comunicado às redações, explicando estar “de luto, por ter deixado de contar com um dos seus brilhantes servidores, expressando o maior respeito e honrando a memória deste notabilíssimo Soldado do Exército Português”.
“O General João de Almeida Bruno honrou, em todas as circunstâncias, os valores militares e o Exército que devotadamente serviu, afirmando-se pelas suas qualidades de liderança e exemplo a seguir, tendo marcado sucessivas gerações pela sua coragem, assim como pela clarividência e sagacidade que o relevaram ao longo de uma brilhante carreira”, defende o Exército, afirmando: “A vida e legado do General Almeida Bruno são, assim, razão de profundo orgulho para o Exército, pela carreira distinta de um dos seus mais brilhantes Soldados, motivo do maior respeito pela sua memória e fator de motivação para todos os que nele servem”.
Nas redes sociais, a Associação Salgueiro Maia, que homenageia a memória do mais conhecido capitão de Abril, lamentou “a partida do General Almeida Bruno, endereçando à sua família, camaradas e Exército Português, o profundo pesar”. “Descanse em paz ‘Capitão’ que jamais será esquecido”, conclui a publicação, juntando-se a várias outras de diferentes regimentos dos Comandos espalhados pelo país.
A partir da Amadora, por exemplo, o Regimento dos Comandos aí localizado lamentou “comunicar o falecimento do nosso General João de Almeida Bruno”. “À sua família e em nome dos camaradas do Regimento de Comandos da Amadora endereçamos desde já os nossos sentimentos”, conclui o Regimento, numa publicação em que se encontra uma homenagem curiosa: o fadista João Braga comenta: “Um dos raros militares de quem, hoje por hoje, nos podemos orgulhar! Que Descanse em Paz”.
A Delegação de Comandos de Chaves anunciou também, através das redes sociais, que “as bandeiras nacional e da Associação de Comandos serão içadas a meia haste, durante o Acampamento Nacional de Comandos, no próximo fim de semana”, expressando as condolências pela morte do general Almeida Bruno.