As autoridades ucranianas revelaram que pelo menos nove aviões russos foram destruídos entre terça e quarta-feira depois de um ataque que provocou explosões na base aérea da Crimeia.
Apesar da Kiev não ter reclamado a responsabilidade por esta ofensiva e Moscovo não ter confirmado estas baixas, as autoridades russas afirmam que a explosão, que afirmam ter sido provocadas pela detonação de munições armazenadas, provocaram a morte de uma pessoa e deixaram pelo menos 14 pessoas feridas.
O líder regional da Crimeia, Sergei Aksyonov, acrescentou ainda que cerca de 250 moradores tiveram de ser transferidos para habitações temporárias depois de dezenas de prédios terem ficado danificados, contudo, segundo escreve o The Guardian, “as autoridades russas geralmente tentaram minimizar as explosões”, afirmando que imagens publicadas em redes sociais e não verificadas mostravam danos em aviões que se encontravam no aeroporto da região.
Kiev não assumiu oficialmente a responsabilidade pelas explosões, mas questionou as explicações dos russos, argumentando que não fazem sentido.
Analistas têm especulado sobre um eventual ataque de forças ucranianas com mísseis anti-navio, enquanto um conselheiro do Presidente ucraniano declarou que as explosões teriam sido provocadas por uma arma de longo alcance de fabrico ucraniano ou por forças de guerrilha ativas na Crimeia.
A Rússia exige que a Ucrânia reconheça a península da Crimeia como russa e essa tem sido uma das principais condições para parar a invasão lançada pelo Kremlin a 24 de fevereiro.
Kiev tem vindo a assumir o objetivo de lançar uma contraofensiva para expulsar os russos da Crimeia e repeli-los de todos os territórios ocupados na Ucrânia.
As explosões, que mataram uma pessoa e feriram 14 na base aérea costeira, provocaram o pânico entre turistas que passavam férias perto das instalações, embora as autoridades russas tenham dito que nenhum hotel ou praia foram afetados.
No seu discurso à nação, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu que iria “libertar” a Crimeia. “A guerra russa contra a Ucrânia e contra toda a Europa livre começou com a Crimeia e deve terminar com a Crimeia – com a sua libertação”, afirmou.
Rússia põe em “perigo” Zaporíjia Num período em que aumentam as tensões e preocupações sobre a central nuclear de Zaporíjia, o G7 acusou a Rússia de colocar a região em risco e pede a retirada de tropas das instalações.
O grupo composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, Alemanha, França e Itália acusou esta quarta-feira Moscovo de “pôr em perigo” a região ucraniana em torno da central nuclear de Zaporíjia, ocupada por forças russas, e exigiu que as tropas deixem a infraestrutura.
Exigimos que a Rússia devolva imediatamente ao seu legítimo proprietário, a Ucrânia, o controlo total da central nuclear de Zaporíjia”, refere o G7 num comunicado emitido pela Alemanha, que detém atualmente a presidência do grupo.
“É o controlo da Rússia sobre a central que coloca a região em risco“, acusou o G7, sublinhando que “o pessoal ucraniano que opera a central nuclear de Zaporíjia deve poder desempenhar as suas funções sem ser ameaçado ou pressionado”.