O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu a um juiz para não divulgar a declaração feita sob juramento (affidavit) que deu ao FBI a causa provável para revistar o resort Mar-a-Lago do ex-Presidente Donald Trump.
Esta decisão piorou a desconfiança que existe entre os principais assessores de Trump, que estão a tentar obter todo o tipo de conhecimento interno sobre a investigação criminal ao ex-Presidente, acusado de retirar 15 caixotes de documentos confidenciais da Casa Branca, levando-os para a sua propriedade privada, em vez de os entregar ao seu sucessor.
Esta situação está a causar grandes preocupações no círculo interno de Trump: caso seja considerado culpado, o republicano ficará impedido de se candidatar às próximas eleições presidenciais.
A nega aconteceu depois de promotores federais responderem a pedidos de várias organizações de notícias para tornar a declaração pública. As autoridades argumentam que as declarações devem permanecer confidenciais “para proteger a integridade de uma investigação policial em andamento que envolve a segurança nacional”.
Segundo os promotores, o depoimento contém “informações altamente confidenciais sobre testemunhas, incluindo algumas entrevistadas pelo governo; técnicas investigativas específicas; e informações exigidas por lei para serem mantidas sob sigilo.
“Se divulgado, o depoimento serviria como um mapa para a investigação do governo, fornecendo detalhes específicos sobre sua direção e provável curso, de uma maneira que provavelmente comprometeria futuras etapas de investigação”, justificaram os promotores.
A existência de potenciais testemunhas que ainda podem cooperar nas investigações contra Trump e que possuem um conhecimento íntimo das atividades do ex-Presidente, abalou os assessores e o círculo político interno do ex-Presidente.
De forma a clarificar o que está a acontecer, diversos republicanos têm dirigido pedidos ao procurador-geral Merrick Garland, ao diretor do FBI, Christopher Wray, e ao chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, a exigir cópias de documentos e comunicações relacionadas à execução do mandado de busca até 29 de agosto.
O FBI apreendeu 11 conjuntos de documentos classificados de Mar-a-Lago, alguns marcados não apenas como ultrassecretos, mas também como “informações compartimentadas confidenciais”, uma categoria especial destinada a proteger os segredos mais importantes do país que, se revelado publicamente pode causar danos “excecionalmente graves” aos interesses dos EUA, escrevem meios de comunicação norte-americano.
De forma a recuperar estes documentos, Trump também apresentou um esforço ativo, à semelhança dos seus colegas republicanos, exigindo a devolução do conteúdo apreendido através de um post na sua “rede social”, Truth Social, que não tem qualquer peso legal.
“Solicito respeitosamente que estes documentos sejam imediatamente devolvidos ao local de onde foram retirados. Obrigada!”, escreveu o ex-Presidente no Truth Social.
Esta investigação é uma espada que está a deixar Trump cada vez mais encurralado contra uma parede deixando o seu objetivo de voltar a ser Presidente dos Estados Unidos em risco.
Uma fonte próxima do ex-Presidente, citada pelo Guardian, afirma que o americano terá de anunciar a sua candidatura presidencial nas próximas duas semanas caso pretenda evitar ser indiciado sob a Lei de Espionagem após as buscas do FBI na sua mansão.