A filha do filósofo russo Alexander Dugin – considerado o ideólogo do Presidente da Rússia, Vladimir Putin – morreu este sábado à noite. Daria Dugina terá sido alegadamente vítima de um atentado que teria como alvo o seu pai, adiantou a agência russa TASS hoje.
A jornalista e comentadora política de 29 anos morreu na explosão do carro que conduzia em Moscovo, a caminho de casa.
De acordo com a filial do Comité de Investigação para a região de Moscovo, citada pela TASS, a explosão terá sido causada por uma bomba colocada no SUV. A morte da jovem foi dada no local, indicaram os investigadores.
O líder do movimento Horizonte Russo, Andrei Krasnov, também amigo da família, afirmou que a viatura era de Alexander Dugin e que ele seria o alvo principal da explosão.
Segundo o órgão de comunicação britânico BBC, o filósofo ultranacionalista e a filha tinham sido convidados de honra do festival "Traditsiya [Tradição] ", realizado perto de Moscovo, onde Alexander Dugin deu uma palestra.
Pai e filha deveriam regressar do evento no mesmo carro, mas Dugin acabou por seguir noutra viatura, segundo disse o violinista Peter Lundstrem, que também assistiu ao festival.
Ainda não foi identificado nenhum suspeito, no entanto o líder da região separatista de Donetsk, a leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou os "terroristas do regime ucraniano" de terem "tentado matar Alexander Dugin", segundo a agência norte-americana AP.
Alexander Dugin, líder do Movimento Eurasiático, é considerado pelo Ocidente como o “cérebro de Putin” e o “guia espiritual” para a invasão da Ucrânia.
Tanto Alexander como Daria foram alvo de sanções das autoridades norte-americanas e britânicas, que os acusaram de contribuir para a desinformação em relação à guerra iniciada pela Rússia.
Contudo, esta não foi a primeira vez que o filósofo foi sancionado. Em 2015, foi penalizado pelos Estados Unidos, devido à anexação da Crimeia à Rússia em 2014.