Robinho
Um dos casos mais conhecidos de jogadores envolvidos em violência e agressões sexuais contra mulheres é o do brasileiro Robinho que foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual em grupo. O antigo jogador do Santos, Manchester City e Real Madrid jogava no AC Milan quando foi condenado pelo Tribunal de Cassação, em Roma, por participar, com um amigo, Ricardo Falco, na violação de uma jovem de origem albanesa, que festejava o aniversário numa discoteca situada na cidade de Milão, em 2013. A acusação foi baseada no depoimento da vítima e teve em conta conversas telefónicas intercetadas com a autorização da justiça italiana e que foram incluídas como provas no processo. Na altura, o internacional brasileiro afirmou estar inocente.
Robinho encontra-se a residir no Brasil e não poderá ser extraditado para Itália para cumprir a pena, tendo em conta a Constituição brasileira. Além disso, o tratado de cooperação judicial em matéria penal assinado em 1989 entre Itália e Brasil não prevê que uma condenação decretada pela justiça italiana seja aplicada em território brasileiro. Assim, só será preso se viajar para o estrangeiro e se o Estado italiano emitir um pedido internacional de detenção.
Mason Greenwood
Acusado pela ex-companheira de agressão, violação e ameaças de morte, Mason Greenwood, avançado do Manchester United, encontra-se em liberdade condicional. O futebolista britânico foi detido em janeiro deste ano, depois de a polícia de Manchester ter recebido uma denúncia que dava conta de fotografias e vídeos publicados por uma mulher nas redes sociais, onde relatava ter sido sexualmente abusada e agredida pelo seu companheiro, mostrando hematomas no corpo. Mason Greenwood foi o principal suspeito, uma vez que a alegada vítima era a sua namorada. O jogador do Manchester United chegou a passar três noites na cadeia, antes de sair em liberdade depois de pagar a fiança.
A notícia das acusações e da consequente detenção caiu como uma bomba no mundo do futebol internacional e demorou pouco até começarem a surgir as primeiras repercussões do caso. Depois de ter sido suspenso pelo próprio Manchester United foi alvo de uma espécie de ‘boicote’. O jogador foi retirado do popular videojogo desportivo FIFA 22, a Nike cortou com a parceria que mantinha com o jogador, e vários colegas de equipa deixaram de o seguir nas redes sociais.
Adam Johnson
Em 2016, Adam Johnson foi condenado a seis anos de prisão por assédio sexual de uma menor. O crime remontava a março de 2015, altura em que o jogador foi detido. Depois, em tribunal o ex-jogador do Sunderland admitiu ter beijado uma menor de 15 anos, depois de a ter aliciado pela internet, no entanto, negou as outras duas acusações de atividade sexual com a rapariga.
Como a idade mínima legal de consentimento é 16 anos, o internacional inglês viu-se rapidamente a braços com um problema judicial, depois de se ter encontrado com a adolescente, com quem terá tido mantido contacto íntimo.
O tribunal acabou por ilibar o jogador, que também representou o Middlesbrough, Leeds, Watford e Manchester City, em relação à mais grave das acusações de atividade sexual com a menor.
Logo após ter sido detido pelas autoridades britânicas foi imediatamente suspenso pelo Sunderland. Mas esta não foi a única consequência provocada pelo caso, já que a Adidas, patrocinadora de Johnson, decidiu cancelar o contrato que assinara com o jogador.
Em 2019, acabou por sair da prisão após cumprir metade da pena, mas segundo a imprensa britânica está impedido de ficar sozinho com o filho.
Cristiano Ronaldo
A polémica entre Cristiano Ronaldo e a norte-americana Kathryn Mayorga deu que falar pelo mundo inteiro. Mayorga, que acusava o internacional português de a ter violado num hotel em Las Vegas, recebeu 375 mil dólares (cerca de 355 mil euros) por acordo confidencial, em agosto de 2010, mas depois exigiu, em abril de 2021, 64 milhões de euros ao craque como indemnização pelos danos causados. Mayorga alegava que não estava mentalmente capaz quando aceitou o acordo de confidencialidade de 375 mil dólares, em 2010, para silenciar as suas alegações de que tinha sido violada pelo jogador.
O caso acabou arquivado nos tribunais norte-americanos, em que foi dada razão aos advogados de Cristiano Ronaldo. Os juízes acusaram o advogado de Kathryn Mayorga de basear o processo por danos civis de forma inadequada e baseado em documentos confidenciais roubados que mostravam comunicações entre o jogador e os seus advogados e que estavam abrangidos por sigilo profissional.
Na altura, os advogados do jogador admitiram que Ronaldo e Mayorga tiveram relações sexuais em 2009, quando se conheceram numa discoteca, mas garantiram que foram consensuais.
Ribéry e Benzema
Franck Ribéry e Karim Benzema foram acusados de de recorrerem aos serviços de uma prostituta menor, um crime punível com pena até três anos de prisão e 45 mil euros de multa. O caso remonta a 2010 e manchou a imagem da seleção francesa, algumas semanas antes do início do Mundial da África do Sul.
Na altura, a marroquina Zahia Dehar denunciou que fora contratada para ter relações sexuais com Ribéry, em 2009, e Benzema em 2008, quando tinha 16 anos, mas alegou que ambos os jogadores “não estavam cientes” de que era menor de idade. No decorrer do inquérito, Ribéry declarou ignorar que Zahia não tinha 18 anos à data dos factos e que se tratava de uma prostituta, enquanto Benzema negou por completo ter mantido relações sexuais com a menor.
Perante a impossibilidade de provar que os dois futebolistas tinham conhecimento de que a jovem Zahia Dehar era menor, o Ministério Público francês pediu o arquivamento da acusação e os jogadores franceses foram absolvidos em 2014. Além dos futebolistas foram ainda julgados neste caso os responsáveis do Café Zeman, nos Campos Elísios, em Paris, onde decorreram os encontros com Zahia Dehar.
Nico Schulz
Uma das principais figuras do Borussia Dortmund enfrenta uma acusação de violência doméstica. Nico Schulz é acusado de ter agredido, em 2020, a ex-namorada na barriga quando estava grávida, a duas semanas de entrar em trabalho de parto, para interromper a gravidez.
O caso que foi divulgado há cerca de duas semanas na imprensa alemã está a ser investigado, mas em caso de condenação, o defesa de 29 anos poderá ser obrigado a cumprir uma pena que pode ir até aos 10 anos.
Depois de ter sido tornada pública a acusação, o Borussia Dortmund emitiu um comunicado e esclareceu que, além de Schulz garantir ser inocente, não vai, para já, aplicar nenhuma sanção disciplinar ao jogador, embora se reserva ao direito de agir “a qualquer momento” assim que existirem mais informações sobre o caso.
As autoridades alemãs já ordenaram buscas a casa do futebolista e têm inclusive mensagens de WhatsApp, divulgadas pelo jornal Bild, nas quais Schulz terá escrito que a criança “não devia ter nascido” e que a ex-companheira também “não merecia estar viva”. Essas mensagens podem servir de prova de abuso e violência doméstica.
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