Serena Williams. Uma vida de altos e baixos

Serena Williams faz 41 anos de idade no próximo mês e é um dos nomes mais icónicos do ténis feminino mundial. Conta, na sua carreira, 23 títulos de Grand Slam e, em 2017, segundo a Forbes, era a atleta feminina mais bem paga do mundo. Mas os anos pesam, e as polémicas acumularam-se, agora que…

No WTA 1000 de Cincinnati, as expectativas para o confronto entre a jovem Emma Raducanu e a veterana Serena Williams estavam em altas, pois seria um verdadeiro duelo de gerações do ténis feminino. No fim, a britânica de 19 anos bateu – com facilidade – a norte-americana de 40 anos, com os parciais 6-4 e 6-0.

Para muitos, o desastroso resultado para Williams foi o espelho de uma tenista que já não é o que era, e a quem os 40 anos de idade começam a pesar. Afinal de contas, Serena ocupa o lugar 612 do ranking mundial da WTA, onde já ocupou o primeiro lugar durante 319 semanas, 186 das quais consecutivamente.

Não é por acaso, aliás, que a norte-americana anunciou, no início do mês, que vai abandonar a sua carreira profissional. «Tenho sido relutante em admitir que tenho que deixar de jogar ténis. É como um assunto tabu. Ele chega e eu começo a chorar. Acho que a única pessoa com quem realmente falei disto foi o meu terapeuta», disse a própria, num artigo de opinião publicado na revista Vogue.

Preferindo usar o termo «evolução» em vez de «reforma», Serena Williams diz que está «a evoluir do ténis para outras coisas que são importantes». «Há alguns anos, comecei discretamente a Serena Ventures, uma empresa de capital de risco. Logo depois disso, comecei uma família. Eu quero que essa família cresça», continuou a tenista, atirando: «Uma coisa que eu não vou fazer é embelezar isso. Eu sei que muitas pessoas estão animadas e ansiosas por se retirarem, e eu gostaria de me sentir assim».

A vida de Serena

Serena e a sua irmã mais velha, Venus, são dois dos grandes nomes do ténis internacional, tendo ambas sido treinadas pelos pais, Oracene Price e Richard Williams.

Com apenas quatro anos de idade, na cidade de Compton, na Califórnia, Serena Williams – também conhecida como Meka, forma diminutiva do seu nome do meio (Jameka) – começou a jogar ténis, tornando-se profissional em 1995.

O talento esteve sempre lá: apenas quatro anos depois de se profissionalizar, no Open dos Estados Unidos de 1999, Williams vencia o seu primeiro título de Grand Slam, com apenas 17 anos.

Seguiu-se então uma carreira recheada de títulos e vitórias, bem como uma série de contratos chorudos e ações importantes no mundo dos negócios, que fizeram da tenista a atleta mais bem paga em 2017. Aliás, segundo a Forbes, e mesmo com o ‘declínio’ de Williams nos últimos anos, a tenista vale ainda 260 milhões de dólares (cerca de 255 milhões de euros).

Mas nem toda a vida foi feita de rosas para esta tenista de Saginaw, pequena cidade do estado norte-americano do Michigan, conhecida pelo seu temperamento difícil. Já em 2009, nas meias-finais do Open dos Estados Unidos contra Kim Clijsters, Williams bateu com a raquete no court depois de perder o primeiro set, valendo-lhe uma advertência, com uma potencial segunda violação com uma penalidade de um ponto. Mais tarde, Enquanto perdia por 4-6, 5-6, o segundo serviço de Williams foi considerado falta no pé, resultando em dois match points para Clijsters. A norte-americana não gostou, virando-se para a juíza de linha e gritando com ela, com palavrões e uma ameaça de enfiar uma bola de ténis pela goela abaixo da mesma.

A polémica repetiu-se anos depois, em 2018, quando Williams caiu frente a Naomi Osaka no Open dos Estados Unidos, onde, durante o segundo set, sofreu uma violação de código porque o seu treinador, Patrick Mouratoglou, foi apanhado a fazer-lhe sinais. Williams ficou chateada com a violação, alegando que o treinador estava simplesmente a dar-lhe um sinal de positivo, e exigiu um pedido de desculpas do árbitro Carlos Ramos. Acabou por receber uma segunda violação por esmagar a raquete no court. Depois de sua terceira violação de código por abuso verbal contra o árbitro, a tenista recebeu uma penalidade de jogo, tendo-se mais tarde queixado de ter sido tratada injustamente pelo árbitro por ser mulher.