A bastonária da Ordem dos Enfermeiros minimiza o impacto da demissão da ministra da Saúde uma vez que defende que o principal problema do setor está nas “políticas que o governo decide implementar”.
À Lusa, Ana Rita Cavaco garantiu que esta decisão não a surpreendeu uma vez que já existiam “profundas divergências” com Marta Teminod ao longo dos últimos anos.
“As decisões que se tomam relativamente ao setor – não é só o Serviço Nacional de Saúde (SNS) – são decisões que estão em consonância com o primeiro-ministro. A estratégia não é de uma pessoa só”, disse, acrescentando: “É uma questão de ideologia e do que está por detrás das decisões que se tomam e dos recursos colocados à disposição para tomar ou não essas decisões, porque os problemas estão identificados há muitos anos”.
E deixou acusações: “Somos um país que escolhe pôr dinheiro na banca e na TAP ao invés do SNS. Sem um mínimo não é possível fazer as reformas que estão identificadas há muito”. E culpou o primeiro-ministro: “É o chefe do executivo. Portanto, Marta Temido trabalhou com as condições que lhe deram e fê-lo em consonância com o primeiro-ministro”.
Para o futuro, destaca as preocupações: “O que nos preocupa agora é quem vai a seguir e se vai fazer aquilo que é necessário: vão rever a carreira dos enfermeiros? Vão finalmente negociar o internato? Vão ter medidas de fixação para enfermeiros?”, questionou.