O valor dos imóveis disponíveis para venda continua a crescer em Portugal, tendo sido o Alentejo a região do país onde a subida atingiu novos máximos com o preço por metro quadrado a atingir os 2700 euros, o que se traduz num crescimento de 55% no primeiro semestre deste ano face a 2021, revela a consultora Imovendo.
Logo a seguir ao Alentejo surge a zona Centro, onde o preço do metro dos imóveis para venda atingiu os 1700 euros, +17% face aos primeiros seis meses do ano passado, enquanto na zona Norte esse valor se situou nos 1400 euros, +13%.
Segundo a consultora, as vendas do semestre aumentaram 10% e que o cenário de subida do preço do metro quadrado está relacionado com a diminuição de imóveis disponíveis (-14% face a 2021).
No que diz respeito ao preço por metro quadrado dos imóveis vendidos, o cenário de crescimento repetiu-se nas três zonas em análise: +15% no Alentejo (de 1300 para 1500 euros), +18% no centro (de 1100 para 1350 euros) e de +15% no Norte (de 1000 para 1200 euros).
“Comparando o valor do metro quadrado do lado da oferta com o preço por metro quadrado dos imóveis vendidos, verifica-se que, com exceção do Norte do país, os imóveis são vendidos por um valor consideravelmente mais baixo”, alerta Nélio Leão, CEO da Imovendo.
Segundo a consultora, as zonas Norte, Centro e Alentejo representam 40% do total de imóveis vendidos no país e, nestas zonas, a tipologia mais procurada é a moradia T3, cujo crescimento na procura foi de 14%, de 10 mil para 12 mil imóveis.
Apesar do aumento de preços, viver fora dos grandes centros urbanos continua a compensar, pois uma moradia T3 com 160 metros quadrados custa em Lisboa entre 650 mil euros e 1,1 milhões de euros, enquanto em Évora, uma moradia semelhante situa-se entre os 200 mil euros e os 300 mil euros.
Dos distritos do interior, a Imovendo destaca Évora e Beja como os mais caros, onde o metro quadrado custa entre 1135 e 1030 euros, respetivamente, enquanto os mais baratos são Bragança e Viseu, com valores de 795 e 851 euros, respetivamente.
Mas é Santarém que ocupa o primeiro lugar dos distritos do interior com mais procura, tendo sido vendidos nos primeiros seis meses do ano 3046 imóveis, +7% face a 2021, mas Évora esteve também em destaque com vendas de 1695 fogos (+ 8%).
“O crescimento em Santarém pode justificar-se pela proximidade a Lisboa, o que influencia também a escolha, mas também porque é o distrito do interior com mais oferta”, diz Nélio Leão.
“O investimento imobiliário apenas chegará às zonas mais interiores e rurais caso sejam tomadas medidas de desenvolvimento para as mesmas, ou seja, são necessários incentivos fiscais para que as empresas se deslocalizem para o interior, mais condições para que os nómadas digitais possam considerar o interior como uma opção válida”, conclui o CEO da Imovendo.