TAP diz que está a tomar “todas as medidas de contenção” para proteger dados da empresa e dos clientes

A companhia aérea foi alvo de um ciberataque na passada quinta-feira. Na altura, disse que não tinha provas para confirmar o roubo de dados da empresa. Hoje o grupo de hackers Ragnar Locker alegou ser o responsável pelo ataque, com o qual conseguiu obter os dados de mais de 400 mil clientes. 

A TAP Air Portugal afirmou que está a tomar “todas as medidas de contenção e remediação adequadas para proteger” a empresa e os clientes da companhia aérea portuguesa que foi alvo de um ciberataque na passada quinta-feira.

Em comunicado divulgado na noite desta quarta-feira, ao qual o Nascer do Sol teve acesso, a TAP indicou “que continua a adotar, com o apoio de uma entidade externa internacional e em articulação com as autoridades, todas as medidas de contenção e remediação adequadas para proteger a empresa e os seus clientes”.

O ciberataque foi reportado imediatamente às autoridades competentes, sublinhou a empresa, ao notar as notícias que hoje circulam sobre a alegada autoria do ataque por parte de um grupo organizado de crime informático e do roubo dos dados de clientes.

Os hackers estarão integrados no grupo Ragnar Locker, que alegou ser responsável pelo ataque informático e por roubar dados de mais de 400 mil clientes.

Quando a companhia aérea anunciou que tinha sido vítima deste tipo de ataque, garantiu que “não foi apurado qualquer facto que permita concluir ter havido acesso indevido a dados de clientes”.

No recente comunicado, a TAP também não remete qualquer evidencia que comprove este roubo.

Contudo, o grupo Ragnar Locker disse ter “algumas razões para acreditar que centenas de gigabytes podem estar comprometidos”. “Há vários dias, a TAP Air Portugal fez um comunicado de imprensa onde afirmava com confiança que repeliu com sucesso o ataque cibernético e nenhum dado foi comprometido (mas temos algumas razões para acreditar que centenas de gigabytes podem estar comprometidos)”, escreveu o grupo numa publicação no seu blog, republicada depois nas redes sociais.

Além das informações, os hackers partilharam ainda uma imagem do que aparenta ser informação de clientes roubada dos servidores da transportadora aérea, como nome, datas de nascimento, e-mails e endereços. “Tentem adivinhar o que acontecia se alguém (adivinhem quem?) disponibilizasse uma gigantesca quantidade de provas irrefutáveis que mostram que o comunicado da TAP não é verdade”, atirou o grupo.

“Temos a certeza de que entre os nossos leitores e seguidores pode haver alguém que consiga passar a mensagem à administração da TAP, que pelo leak de apenas 400.000 dados pessoais de clientes, a easyJet enfrenta uma ação coletiva no valor de 180 milhões multa por perder os dados”, acrescentou o grupo, que salientou o número de dados roubados à TAP “excede o incidente com a companhia easyJet”.