AIEA já inspecionou central nuclear de Zaporíjia e vai permanecer no local

“Vi as principais coisas que precisava ver”, disse o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica após a visita. 

O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse, esta quinta-feira, que já “viu o que precisava ver” na inspeção à central nuclear de Zaporijia, na Ucrânia, e confirmou que a organização irá permanecer no local.

"Conseguimos, durante estas poucas horas, reunir muitas informações. Vi as principais coisas que precisava ver", afirmou Rafael Grossi aos jornalistas russos que acompanham a delegação de especialistas da AIEA à central ocupada pelas forças de Moscovo.

Depois de inspecionar, o responsável disse que a missão agora passa por continuar no terreno, de forma a evitar um desastre nuclear no local onde russos e ucranianos se acusam mutuamente de bombardeamentos há várias semanas.

"Conseguimos algo muito importante hoje. E o mais importante é que a AIEA vai ficar aqui. Que todos saibam que a AIEA vai ficar em Zaporijia", assinalou Grossi.

A permanência da equipa de 14 especialistas na central já era um desejo anunciado ontem pelo responsável da organização, dado que o local é o centro de fortes preocupações.

"Fizemos uma avaliação inicial. Vimos o trabalho dedicado dos funcionários e da direção. Apesar das circunstâncias muito, muito difíceis, eles continuam a trabalhar com profissionalismo", notou o diretor da AIEA.

Já em Kiev, o chefe do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, pediu a suspensão de todas as operações militares à volta da central, avisando que um ataque seria "catastrófico".

"Já é hora de parar de brincar com fogo e tomar medidas concretas para proteger este local", salientou Robert Mardini.

Note-se que um dos dois reatores em operação foi desligado devido a bombardeamentos que os ucranianos atribuem às forças russas, enquanto Moscovo acusa Kiev de ter enviado equipas de sabotagem para a central atómica.

A central está localizada ao longo do rio Dnieper, cuja margem esquerda é controlada neste setor por tropas russas.

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