O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, voltou esta quinta-feira a pedir desculpas às vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Católica.
Numa carta assinada por si e dirigida aos diocesanos de Lisboa, na abertura de um novo ano pastoral, divulgada no site do Patriarcado, o cardeal refere que Portugal “está na primeira linha da resposta a tão grave questão” e escreve não poder “deixar de aludir às notícias de abusos sexuais que foram aparecendo entretanto”, referentes a casos na diocese por si tutelada.
“Já tive ocasião de explicar o que se fez e continuará a fazer na diocese, para corrigir e prevenir tais casos”, continua o patriarca, referindo-se à carta aberta que divulgou no dia 29 de julho e cujo teor terá comunicado “pessoalmente ao Papa Francisco”, em audiência no dia 5 de agosto.
Deste modo, Manuel Clemente volta a dirigir "um pedido de perdão institucional e convicto a quem foi vitimado”, assegurando “tudo fazer para que tais casos não se repitam, ou tenham tratamento eficaz (…), seguindo as determinações civis e canónicas”, como diz que tem sido feito também no âmbito da Comissão Diocesana de Proteção de Menores, a trabalhar desde 2019.
“É o nosso indispensável contributo para a resolução de um problema que surge na sociedade em geral. No campo institucional, é inegável que a Igreja Católica em Portugal está na primeira linha da resposta a tão grave questão. E não poderia ser doutro modo”, frisa.
A carta de Manuel Clemente toca ainda na proxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorrerá em Lisboa entre 1 e 6 de agosto de 2023. O cardial patriarca expressa o desejo de que o evento “seja para grande número de jovens de todo o mundo uma ocasião por excelência de renovar a esperança e reforçar a solidariedade, após tempos difíceis de pandemia, guerras e dificuldades de subsistência em geral”.
“O apelo à participação na JMJ integra-se no caminho sinodal que toda a Igreja percorre neste momento, entrando agora em fase continental, depois de ter passado pela diocesana, como aconteceu entre nós”, sublinha ainda Manuel Clemente.