O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse que a missão do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas na central de Zaporíjia durará alguns dias, mas ainda pode vir a ser estendida.
“A missão levará alguns dias. E se conseguirmos estabelecer uma presença permanente ou uma presença contínua, melhor dizendo, iremos prolongar a nossa estadia, mas esse primeiro segmento ainda vai demorar alguns dias”, disse Grossi a repórteres num hotel em Zaporíjia.
O trabalho da equipa, acrescentou Grossi, incluirá uma inspeção física do local, o funcionamento do sistema de segurança e entrevistas com o pessoal da central nuclear.
A central, a maior do género na Europa, situa-se a 450 quilómetros a sudeste da capital ucraniana, Kiev. O diretor da AIEA afirmou tratar-se de uma operação complexa.
“Vamos para uma zona de guerra. Vamos para um território ocupado. E isto exige garantias explícitas não só dos russos, mas também da República da Ucrânia. Conseguimos assegurar isso. Por isso, agora estamos em movimento”, disse Grossi, citado pela AP.
Antes da equipa se deslocar para esta região, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu à organização para ajudar a evitar uma catástrofe nuclear.
“Queremos que a missão da AIEA liderada pelo diretor (Rafael) Grossi encontre um caminho através (…) de corredores de segurança para chegar à central e fazer o máximo para evitar os perigos de um desastre nuclear”, disse Zelensky durante o encontro, de acordo com o vídeo divulgado pela presidência.
“Esta é uma das questões de segurança prioritárias para a Ucrânia e para todo o mundo, devido à ocupação da nossa central de Zaporijia por soldados russos, criando um elevado risco de explosão e a possibilidade de um desastre nuclear”, explicou o Presidente ucraniano.
Segundo Zelensky, a Rússia está a usar a fábrica como “provocação”, com os bombardeamentos e o envio de “terroristas” para a zona, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.
Ucrânia acusa Rússia de novo ataque As autoridades ucranianas acusaram as forças russas de disparar contra uma cidade perto da central nuclear de Zaporizhzhia, enquanto os inspetores da agência nuclear das Nações Unidas estavam a caminho para inspecionar a instalação.
O chefe da administração militar do distrito de Nikopol, Evhen Yevtushenko, disse que o exército russo estava a bombardear Energodar, no que considerou serem “provocações perigosas”.
Um dos projéteis atingiu o prédio onde fica a Câmara de Energodar, segundo o Presidente da cidade, Dmytro Orlov. O político publicou fotos de um arranha-céu danificado com um buraco na lateral e detritos espalhados pelo chão.