Depois da vitória de Liz Truss na eleição para primeira-ministra britânica, a Rússia reagiu afirmando que as relações com o Reino Unido não irão melhorar, tendo em conta as declarações que a candidata eleita fez enquanto ministra dos Negócios Estrangeiros sobre a guerra na Ucrânia.
"A julgar pelas declarações de Truss, proferidas quando ainda era ministra dos Negócios Estrangeiros (…), podemos dizer, com grande certeza, que não devemos esperar mudanças para melhor", apontou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, citado pela agência de notícias oficial russa TASS, esta terça-feira.
Note-se que Liz Truss é conhecida pelo “posição dura” em relação à Rússia, uma vez que a considera como um "país agressor", devido à invasão da Ucrânia, em curso desde 24 de fevereiro.
A Ucrânia já era assumidamente uma prioridade para o ex-primeiro-ministro Boris Jonhson e não parece que a situação venha a ser diferente com Liz Truss. "Continuaremos a ir mais longe e mais rápido para expulsar a Rússia de toda a Ucrânia", declarou a agora líder do partido conservador britânico em abril.
No seu discurso de despedida, Boris Johnson disse que a nova primeira-ministra vai deparar-se com um grupo fantástico de funcionários, que o ajudaram a traçar certas medidas como a concretização do Brexit e a campanha de vacinação contra a covid-19.
“Isto é o que um governo conservador faz”, assinalou o antigo chefe do governo britânico, expressando, contudo, a tristeza por ter sido forçado a abandonar o cargo, ao justificar-se com a mudança das regras “a meio do caminho”.
“Apesar de toda a oposição e de todos os pessimistas, conseguimos aprovar um plano de apoio económico para esta crise provocada pela guerra de Vladimir Putin”, indicou também Boris Johnson. “Se Putin pensa que pode ser bem-sucedido com chantagem e bullying sobre o povo britânico, está completamente enganado”, acentuou.
Ainda assim, Boris não deixou de demonstrar o seu apoio a Liz Truss. “É tempo de apoiarmos todos Liz Truss e o programa dela. Hoje lançámos as fundações que irão resistir ao teste do tempo”, notou, ao afirmar que estará ao lado da nova primeira-ministra e do governo para apoiar “em cada passo”.
"Vou dar a este Governo nada mais do que o apoio mais fervoroso. Este é um momento difícil para a economia, para as famílias de todo o país, mas nós podemos e vamos sair disto mais fortes", declarou.
Quando terminou o seu discurso, Boris Johnson saiu da nº10 de Downing Street de mãos dadas com a mulher, Carrie Johnson.
No final da manhã de hoje, irá encontrar-se com a Rainha Isabel II para passar o testemunho a Liz Truss, que mais tarde será indigitada como primeira-ministra britânica noutra audiência.
Às 16h, fará um discurso para iniciar o seu percurso no cargo também em Downing Street.