Depois de uma participação de sonho nos Mundiais de juniores, em Lima, no Peru, o nadador Diogo Ribeiro confessou que já sonha com a presença nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
Na chegada ao aeroporto de Lisboa, com as três medalhas de ouro ao peito – 50 metros mariposa, 50 livres e 100 mariposa -, o jovem de 17 anos admitiu que o objetivo era conquistar as quatro medalhas possíveis, no entanto não esperava que pudesse voltar com três ouros.
"Estávamos à espera de quatro medalhas, também com os 100 livres, mas não esperávamos os três ouros. Foi bastante bom e é uma motivação muito grande para trabalhar. Espero que o futuro seja ainda mais brilhante e possa, se calhar um dia, ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos", declarou o atleta do Benfica, que ainda admitiu ter “já na cabeça” o recorde mundial que no final conseguiu agarrar nos 50 metros mariposa.
Diogo Ribeiro entrou para o livro dos recordes ao nadar os 50 metros mariposa em 22,96 segundos, superando a marca do russo Andrei Minakov (23,05) por nove centésimos. O histórico marco acontece um ano depois de um grave acidente de moto, que deixou o jovem de 17 anos agarrado a uma cama do hospital.
"Há um ano estava numa cama sem me mexer, agora estou melhor do que nunca. Vamos ver se consigo manter a minha mente focada e não fazer 'porcaria' nestas férias. Foi muito difícil, mas a minha família esteve sempre ao meu lado, o meu treinador, o 'staff' todo, os meus amigos e todos os meus colegas", assinalou.
Um dos elementos importantes para a conquista das medalhas foi o treinador Alberto Silva, com quem Diogo Ribeiro começou a trabalhar há um ano. O técnico brasileiro disse que o segredo para o sucesso esteve no amadurecimento do jovem atleta.
"Em Roma [Europeus], já tinha ficado satisfeito, e não queria criar expectativas para aqui. Foi tudo ótimo. Eu sei que a pressão aumenta para ele e Roma já tinha sido muito bom, mesmo sem a medalha. O planeamento, a parte técnica, a evolução técnica é uma maturidade competitiva de passar de menino para adulto. Ele tem muito talento, e já estávamos a antever a possibilidade de ele disputar campeonatos absolutos, portanto a ideia para esta época era que ele ganhasse essa maturidade", salientou Alberto Silva, também presidente da equipa técnica da Federação Portuguesa de Natação.
Já Diogo Ribeiro reconheceu o benefício que ganhou com as alterações que o treinador impôs na rotina de treinos, através das idas regulares ao ginásio e a aposta em distância mais curtas.
“Não fazia ginásio, este ano comecei a fazer, não fazia treinos por velocidade, este ano comecei a fazer. Fazia treinos maiores, distâncias maiores, e este ano comecei a trabalhar mais nos detalhes e isso foi a explosão para o meu corpo. Era o que o meu corpo precisava. Este ano trabalhei nove vezes por semana na água, quatro vezes no ginásio, todos os dias", disse o jovem nadador, que concilia a natação com o ensino online.
Além das três medalhas de ouro e do recorde mundial, Diogo Ribeiro foi eleito o melhor nadador dos mundiais em Lima. Agora, com uma semana de férias à vista, o jovem não desliga a mente das próximas metas que deseja atravessar.
"Em primeiro lugar, quero atingir os mínimos olímpicos. Depois, tenho os Mundiais de Fukuoka e o sonho é, novamente, a medalha", atirou.