A polícia da Sérvia proibiu a realização da marcha do orgulho do Europride 2022, agendada para sábado, em Belgrado.
Os organizadores da iniciativa, European Pride Organizers Associations (EPOA), afirmaram que a decisão veio por "razões de segurança", perante "ameaças de contraprotestos", e condenaram o cancelamento do evento, classificando-o como "um fracasso total da liderança política da Sérvia".
"Estamos a trabalhar com a equipa da BelgradePride em soluções alternativas", lê-se no comunicado, que informa que serão utilizados todas as ferramentas jurídicas para refutar a decisão, que ainda não foi anunciada pelo Ministério do Interior sérvio.
Kristine Garina, a presidente da EPOA, recordou no mesmo texto que proibições anteriores de marchas do orgulho LGBT em Belgrado foram declaradas anticonstitucionais pela Justiça. E frisou: "Não tenho dúvidas de que o tribunal voltará a adotar a mesma posição desta vez".
A responsável disse que a primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, estará hoje presente numa conferência sobre direitos humanos, que decorre na sequência do programa do EuroPride 2022. Deste modo, serão pedidas explicações sobre "por que não cumpriu na totalidade a promessa de apoio que fez em 2019, quando Belgrado apresentou a sua candidatura" para organizar o EuroPride 2022.
"Esta proibição mostra um fracasso total da liderança política e o fracasso da Sérvia em proteger as liberdades mais elementares dos seus cidadãos. Nenhum país que se preze cede a rufias", disse ainda Garina, assegurando que, apesar da proibição, milhares de pessoas da comunidade estarão reunidas em Belgrado no sábado, pedindo a todos que se juntem para apoiar a "igualdade da comunidade LGBTI+ e os direitos humanos".
Note-se que a semana do EuroPride 2022 começou na segunda-feira em Belgrado, com o hasteamento da bandeira arco-íris em frente à sede do Governo sérvio.