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No final do encontro, foi emitida uma declaração conjunta em que se afirma que os dois países renovaram o Memorando de Entendimento sobre a cooperação nos programas “Uma Faixa, uma Rota” ("Belt and Road") e “Ponto Fulcral Marítimo Global” ("Global Maritime Pivot Point").
Foram ainda assinados acordos de cooperação em diversas áreas, como a investigação em vacinas e genética, o desenvolvimento verde, a legislação e a segurança cibernética e os oceanos.
Mas o resultado mais importante da visita do Presidente Joko terá sido o estabelecimento das linhas gerais da construção de uma comunidade conjunta de destino, em que o futuro de ambos os países estará profundamente interligado
Recorde-se que no passado, a China e a Indonésia lutaram juntas contra o imperialismo e a hegemonia. A Conferência Ásia-África realizada em Bandung (Indonésia), em 1955, abriu um futuro promissor para que os povos da Ásia e da África lutassem pela sua independência e a preservassem.
Agora, décadas volvidas, a China e a Indonésia encontram-se numa fase semelhante de desenvolvimento e partilham muitos interesses e ideias comuns sobre assuntos internacionais.
Assim, a China e a Indonésia propõem-se tratar da construção da comunidade de futuro compartilhado como uma tarefa dominante, aprofundando o paradigma de cooperação de quatro pilares, ou seja, política, económica, interpessoal e marítima, a fim de trazer novas oportunidades de desenvolvimento a ambos os países.
Em Outubro de 2013, durante a sua visita à Indonésia, o Presidente Xi Jinping apresentou a iniciativa de construir a Rota Marítima da Seda do Século XXI. Nove anos volvidos, a cooperação entre a China e a Indonésia foi reforçada.
A ligação ferroviária Yawan Express é a primeira de alta velocidade na Indonésia e no Sudeste Asiático, esperando-se que abra ao tráfego em 2023. Vai reduzir para apenas 40 minutos o tempo de viagem entre Jacarta e Bandung, que até aqui demora mais de três horas. Também criará mais de 5 mil empregos na Indonésia e impulsionará o crescimento económico ao longo da rota.
Durante as conversações, o Presidente Xi salientou a cooperação no programa “Uma Faixa, uma Rota”, acrescentando: “A China participará ativamente e fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a promover o desenvolvimento da Indonésia e a aprofundar a cooperação sino-indonésia".
Como "líder" da ASEAN, a Indonésia tem a presidência rotativa do Grupo dos Vinte (G20) este ano e será também a presidência rotativa da ASEAN no próximo ano. Neste sentido, o desenvolvimento de boas relações entre a China e a Indonésia não só é do interesse comum de ambos os países, como tem implicações positivas e de longo alcance a nível regional e global.
A nível económico, o comércio bilateral entre a China e a Indonésia excedeu 120 mil milhões de dólares em 2021, um aumento de 58,6% em relação ao ano anterior, o maior aumento entre os países da ASEAN. Alguns analistas acreditam que o aprofundamento da cooperação entre a China e a Indonésia poderia fornecer um modelo para a cooperação China-ASEAN, desempenhar um forte papel de motor na região e dar um impulso à promoção do Acordo de Parceria Económica Global Regional (RCEP).
De uma perspectiva política, a China e a Indonésia são ambas protagonistas do "momento asiático" deste ano na governação global, e ao apoiarem-se mutuamente e ao reforçarem a cooperação, contribuirão com a força asiática para o avanço da governação global.