Depois de quase dois dias de combates que resultaram em centenas de mortes, o Ministério da Defesa da Arménia divulgou, esta quinta-feira, que as hostilidades “praticamente cessaram” na fronteira com o Azerbaijão. “A partir das 20h, o fogo praticamente cessou em todas as direções. Nenhum incidente notável foi registado”, informou o porta-voz da Defesa arménia, Aram Torosian, através de uma publicação nas redes sociais, acrescentando como “mentiras absolutas”, a informação avançada pelos ‘media’ da Arménia de que várias cidades do país estão sob controlo do Azerbaijão.
Esta informação chega um dia depois de o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, revelar que as forças do
Azerbaijão ocuparam 10 quilómetros quadrados de território arménio durante confrontos que se desenrolam na fronteira entre Erevan e Baku desde terça-feira.
“O inimigo ocupou 40 quilómetros quadrados de território arménio, em maio, e agora mais 10 quilómetros quadrados” durante os confrontos em curso, referiu Pashinyan, perante o parlamento em Erevan.
O primeiro-ministro revelou na quarta-feira que o número de militares arménios mortos em confrontos na fronteira com o Azerbaijão aumentara para 105, mais do dobro do número de mortes anunciadas na terça-feira.
A Arménia e o Azerbaijão culparam-se mutuamente pelos combates desta semana, que começaram nas primeiras horas da manhã de terça-feira e ocorreram em áreas distantes de Nagorno-Karabakh, um enclave que fica dentro do Azerbaijão, mas é habitado principalmente por arménios étnicos.
O Azerbaijão recuperou grandes áreas de Nagorno-Karabakh e territórios adjacentes mantidos pelas forças arménias numa outra guerra, que decorreu durante seis semanas, em 2020, provocando então a morte de mais de 6.600 pessoas.
Este novo episódio do confronto histórico entre os dois países acabaria após um acordo de paz mediado pela Rússia.
As autoridades arménias acusaram Baku de desencadear uma série de ataques transfronteiriços não provocados, enquanto autoridades do Azerbaijão afirmam que suas forças responderam às “provocações” iniciais arménias.
Estes confrontos são os mais intensos desde a guerra de 2020.