O superintendente Paulo Caldas, que comanda a Polícia Municipal de Lisboa há sete anos, afirmou que a força de segurança que dirigie "corre risco de existência" a partir de 2024.
"Em 2024, corro o risco de não ter efetivos suficientes para manter a Polícia Municipal. Ou seja, a partir do próximo ano, começa a tornar-se crítico", afirma Paulo Caldas, numa entrevista ao Diário de Notícias. O decréscimo de agentes deve-se essencialmente ao facto de muitos se terem reformado e "não terem sido substituídos".
Em 2018, continua o responsável, foi atingido o pico de efetivos, "com 588 pessoas", e também nessa altura começou a queda. Atualmente, conta com "452 efetivos" e há previsões de que "no final deste ano ou de 2023 possa chegar aos 250/300 homens". E frisa: "se o estatuto de pessoal da PSP for aplicado e não houver anualmente uma medida travão, como tem existido, a Polícia Municipal corre risco de existência a partir de 2024".
Apesar da "modernização" da Polícia Municipal de Lisboa," a par com o reforço de meios operacionais e competências, verifica-se um declínio gradual do número de efetivos", alerta ainda Paulo Caldas, acrescentando que, atualmente, a polícia tem um "défice de 160 elementos relativamente ao quadro orgânico de 600 efetivos", o que limita a intervenção e visibilidade desta autoridade na cidade.