Vladimir Putin oficializou esta segunda-feira a exoneração do representante permanente da Rússia da União Europeia (UE), que estava no cargo há 17 anos.
De acordo com o decreto assinado pelo líder russo, Vladimir Chizhov, de 68 anos, cessa funções simultaneamente como "representante permanente da Federação Russa junto da União Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica em Bruxelas".
O diplomata já tinha anunciado que iria deixar o cargo, tendo oferecido uma receção de despedida a 8 de setembro, em Bruxelas, que foi boicotada pelos diplomatas da UE.
Na altura, a publicação pan-europeia Euractiv, declarou que Chizhov tinha feito "comentários sarcásticos" acerca da UE, não mencionando, contudo, as questões que levaram a um mínimo histórico nas relações com a Rússia, nomeadamente a anexação da Crimeia em 2014, e a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.
"Como me disse há anos uma das figuras europeias proeminentes, a União Europeia nunca deixa de surpreender. (…) Aqueles de vós que representam países não comunitários testemunharão que a UE nunca foi um parceiro fácil para ninguém", referiu o diplomata.
"Já não é confortável para mim agir como um monumento vivo à parceria estratégica entre a Rússia e a UE. Não haverá regresso às relações anteriores com a União Europeia", disse ainda, citado pelo órgão de comunicação grego Athens News.
Antes da nomeação para representante da Rússia na UE, em 2005, Chizhov foi vice-ministro dos Negócios Estrangeiros durante três anos.
Por agora, ainda não é conhecido o nome do seu sucessor, mas este terá de ser ratificado por cada um dos Estados-membros da UE.