Governo garante que Pedro Nuno Santos não está em situação de incompatibilidade

Se se proibisse “a participação em todos os concursos públicos, por empresas detidas por familiares dos titulares de cargos políticos” seria um atentado “contra a liberdade de iniciativa económica privada de forma desproporcional”.

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação emitiu uma nota, este sábado, a esclarecer que Pedro Nuno Santos não está em situação de incompatibilidade no caso da empresa do pai.

O Executivo evoca um parecer da PGR de 2019, que conclui pela inexistência de incompatibilidades no caso Tecmacal, empresa detida pelo pai do ministro e na qual Pedro Nuno Santos tem também participação, que terá beneficiado de um contrato com o Estado por ajuste direto.

“Estão em causa, agora como nas anteriores notícias, contratos celebrados por entidades abrangidas pelo Código dos Contratos Públicos e a Tecmacal- Equipamentos Industriais, S.A, sociedade cuja participação social por parte do Senhor Ministro das Infraestruturas e Habitação se encontra limitada a 1% e é inferior a 50.000€, não estando por isso abrangido pelo impedimento previsto no n.º 2 do artigo 9.º da Lei n.º 52/2019, 31 julho, que aprova o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos”, refere o ministério.

“Importa mencionar que nos casos em que as participações sociais não sejam detidas pelo próprio titular, apenas devem relevar quando se referem a concursos que foram abertos ou correm os seus tramites sob a direção, superintendência ou tutela de mérito do órgão do Estado em que o titular de cargo político exerce um cargo, o que não é o caso do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado, ficando desde logo prejudicada qualquer questão de incompatibilidade associada às perguntas suscitadas”, lê-se na mesma nota.

O ministério fez ainda questão de sublinhar que se se proibisse “a participação em todos os concursos públicos, por empresas detidas por familiares dos titulares de cargos políticos” tal “atentaria contra a liberdade de iniciativa económica privada de forma desproporcional”.