Um ano de mudanças

2022 irá ainda despedir-se como o ano dos casamentos. Os sucessivos adiamentos das cerimónias devido aos constrangimentos causados pela covid, a somar ao número de joelhos que foram até ao chão pelo meio, levaram até ateus quase semanalmente à missa.

As iluminações de Natal já estão a ser montadas. Contas feitas são dois meses e meio até dia 25 de dezembro – o que significa que são dois meses e meio mais os restos de peru e bacalhau até ao final do ano. Ainda falta, mas quando se der por ela já temos novo campeão do mundo de futebol no Qatar (a final joga-se no dia 18 de dezembro). 2022 foi sobretudo o ano em que a guerra regressou à Europa. Para muitos foi o ano dos recomeços. Agora pode ser também oficialmente o ano em que damos por arrumada a pandemia. Com o fim do estado de alerta no país, o isolamento deixou de ser obrigatório para infetados (mesmo a tempo de impedir as pessoas de aproveitarem a abébia, ainda por cima com o arranque do outono a saber a verão). Também nas empresas o registo altera-se, seja com o fim do teletrabalho ou com a implementação do modelo híbrido. Muitos também aproveitaram os últimos dois anos para mudar definitivamente de vida, desde mudanças profissionais às pessoais. 

Mas se foi tudo isto, 2022 irá ainda despedir-se como o ano dos casamentos. Os sucessivos adiamentos das cerimónias devido aos constrangimentos causados pela covid, a somar ao número de joelhos que foram até ao chão pelo meio, levaram até ateus quase semanalmente à missa.

E como as celebrações não tinham fim, mas as carteiras têm fundo, 2022 tornou-se finalmente o ano em que os problemas menores passaram a estar precisamente na categoria de problemas menores. Reciclar vestidos deixou verdadeiramente de ser um problema – e o mesmo se aplica aos empréstimos, ou seja: este fim de semana usas tu, no próximo levo eu. Também o_conforto passou a estar no topo das prioridades (mas sem desmazelo, já se sabe). E não menos importante: levar um look igual a outra pessoa deixou de ser uma tragédia e passou até a ter a sua graça (com direito a pausa para fotografia!).

Que assim seja também em 2023.