Por João Sena
Num duelo entre equipas que ainda não tinham perdido na presente edição da Champions League, PSG e Benfica saíram do Parque dos Príncipes com mais um ponto, conseguido em lances de grande penalidade. Verdade seja dita que, ao longo dos 90 minutos, não houve muitas oportunidades de golo, nem defesas do outro mundo como aconteceu na Luz.
Os dois jogos com o campeão francês mostraram que o Benfica deixou de ter medo dos grandes clubes europeus e que, afinal, pertence ao mesmo campeonato do poderoso e riquíssimo PSG.
A equipa de Roger Schmidt manteve-se fiel ao sistema de jogo baseado no 4x2x3x1, com a novidade Aursnes no lugar de Neres, que ficou em Lisboa por lesão. O jogo até começou bem para o Benfica que criou duas jogadas de muito perigo (7 e 17 minutos), faltou melhor concretização à ambição dos encarnados. Com o passar dos minutos a classe dos jogadores do PSG começou a vir ao de cima, mas sem criar situações muito perigosas.
Os últimos minutos da primeira parte pertenceram aos franceses que chegaram ao golo num penálti convertido por Kylian Mbappé, claramente o jogador mais esclarecido e perigoso do ataque. É verdade que o PSG foi para o intervalo a vencer por 1-0, mas não se pode dizer que tenha sido muito superior aos encarnados. Se os adeptos da casa esperavam um massacre no Parque dos Príncipes bem que se enganaram, e o melhor estava para acontecer.
Novo Benfica O treinador dos encarnados não tem o hábito de fazer bluff e na antevisão do jogo afirmou que o Benfica ia fazer um futebol atrativo, e o que vimos foi uma equipa com personalidade e a jogar olhos nos olhos com os milionários de Paris. Na segunda parte começou por haver mais PSG, enquanto que o Benfica tentava condicionar as saídas para o ataque do adversário.
Foi uma equipa com personalidade e sem medo que a partir dos 60 minutos começou a pressionar o meio-campo do PSG evitando as saídas em velocidade, sobretudo de Mbappé, já que Neymar era visto mais vezes a rebolar pelo chão. Depois de várias jogadas muito bem concebidas pelas alas, o Benfica conseguiu chegar ao empate através de um penálti cometido sobre Rafa, e que João Mário converteu de forma perfeita.
A reação dos franceses ao golo sofrido foi ténue até porque as substituições feitas pelo treinador do Benfica deram nova alma aos encarnados. Depois deste saboroso empate com um dos favoritos a vencer a Champions League, o Benfica está muito bem lançado para avançar para os oitavos de final, basta voltar a vencer a Juventus.
Juventus ajuda. No outro jogo do Grupo H, a favorita Juventus viajou até Haifa, no norte de Israel, com a obrigatoriedade de vencer. Nunca a equipa italiana tinha perdido os dois primeiros jogos da fase de grupos da Champions, e os alarmes soaram bem alto em Turim antes deste jogo. Mas de nada valeu. A equipa de Massimiliano Allegri só piorou o seu registo esta época com uma estrondosa derrota (0-2) perante a equipa mais fraca do grupo, que até ontem tinha zero pontos! O Benfica, obviamente, agradeceu.
A Vecchia Signora perdeu o tino perante uns vivaços israelitas. O descalabro começou aos sete minutos com o primeiro golo do Maccabi a ser obtido pelo extremo Atzill entre dois defesas, repetindo a graça no final da primeira parte. No segundo tempo esperava-se que o anunciado (pelo técnico) processo de reconstrução da Juventus tivesse algum efeito prática. Pura ilusão.
A equipa italiana não criou uma única oportunidade de golo. A ideia base do futebol da Juventus é muito pobre e nem a saída de Di Maria aos 22 minutos serve de atenuante para aquilo que se passou em campo. Ninguém, por certo, esperaria que ao fim de quatro jornadas, Maccabi Haifa e Juventus partilhassem orgulhosamente o último lugar do grupo com míseros três pontos.