Espero que me respeitem: eu sou gay. Feliz domingo». Esta foi a mensagem publicada na página do Twitter de Iker Casillas, antigo guarda-redes da seleção nacional espanhola, bem como do Real Madrid e do FC Porto, que fez ‘incendiar’ a Internet com polémica.
O espanhol acabaria por apagar a publicação, alegando ter sido vítima de um ataque informático, mas essa justificação não convenceu muita gente e a chuva de críticas não demorou a chegar. Até porque, visitando a secção de comentários dessa mesma publicação, encontrava-se uma resposta de Carles Puyol, seu antigo colega na seleção nacional, que dizia «Está na hora de contar a nossa história, Iker». Um sinal claro para muitos de que esta troca de mensagens não se tratava mais do que de uma brincadeira.
«Conta hackeada. Felizmente, tudo em ordem. Peço desculpa a todos os meus seguidores. E, claro, mais desculpas à comunidade LGBT», argumentou Casillas depois de apagar as publicações polémicas, mas o dano estava feito. Rapidamente começaram a chover as reações. «As piadas e brincadeiras de Casillas e Puyol sobre assumir homossexualidade no futebol são uma desilusão. É uma luta difícil para qualquer pessoa LGBTQ+. Ver os meus modelos e lendas do futebol gozarem com a minha comunidade é verdadeiramente desrespeitoso», comentou Josh Cavallo, o jogador australiano que assumiu a sua homossexualidade em 2021.
Quem acabaria por pedir também desculpas seria o próprio Puyol, que, na mesma rede social, escreveu: «Cometi um erro. Peço desculpa pela piada sem graça, que não tinha más intenções, mas que não teve sentido. Entendo que possa ter ferido suscetibilidades. Todo o meu respeito e apoio à comunidade LGTBIQA+».
Mas porquê?
Se a conta de Iker Casillas não foi hackeada, no entanto, o que levou o antigo ‘craque’ espanhol a publicar esta informação? Segundo o jornal AS, por exemplo, Casillas estaria farto da pressão mediática sobre a sua vida privada de que tem sido alvo ao longo da sua carreira, decidindo ‘protestar’ contra a mesma após, recentemente, muito se ter comentado sobre supostos romances com rostos conhecidos como Shakira, Melyssa Pinto, Maria José Camacho ou Alejandra Onieva.
Recorde-se, por exemplo, do ‘chinfrim’ que se sucedeu à sua separação da jornalista Sara Carbonero, que levou o guarda-redes a emitir um comunicado oficial, onde lamenta «o assédio mediático» de que é vítima. Na altura, considerou que o mesmo gerou no casal um «dano irreparável», e disparou: «Gostava de sublinhar que a nossa superação foi amigável e no comunicado que eu e a minha mulher emitimos pedimos respeito por ela, pelos meus filhos e por mim. Lamentavelmente não está a acontecer, refletindo-se num assédio constante».
Seja como for, quem não gostou da polémica foi o Conselho Superior de Desporto (CSD) espanhol, que reagiu à publicação entretanto apagada de Casillas, com um outro tweet onde se vê a sede do CSD decorada com duas faixas que exibem as cores da comunidade LGBT. A mensagem lê: «Muito por fazer, por avançar, por educar e por sensibilizar. Continuaremos».