O ministro da Saúde reconheceu, esta segunda-feira, que existem problemas no abastecimento de um determinado fármaco para a diabetes tipo 2, que está a ser usado para a perda de peso, mas desvalorizou a questão.
"Há dificuldades no abastecimento desse medicamento para a diabetes tipo 2, mas do ponto de vista clínico essa não é uma preocupação porque, felizmente, existem no mercado alternativas praticamente iguais. Não há nenhum risco de descontinuidade do tratamento eficaz dos doentes. Há medicamentos do mesmo grupo terapêutico com graus de eficácia praticamente similares", afirmou Manuel Pizarro.
A notícia das dificuldades de abastecimento do medicamento para a diabetes 2, foi avançada pelo Público que sublinha, sem revelar o nome do fármaco, comparticipado pelo Estado, que este está a ser receitado para obesos e pessoas que querem emagrecer, o que representará um custo de 26 milhões de euros ao SNS.
Apesar de ter desvalorizado a questão de uma possível rutura de stock, justificando que há soluções alternativas, Manuel Pizarro garantiu que serão tomadas medidas para evitar a receita de fármacos para outros fins que não os homologados.
"Evidentemente que se temos um medicamento que está a ser utilizado de forma desproporcionada sem a indicação adequada, temos de introduzir mecanismos de correção", afirmou o ministro de visita ao Instituto Português de Oncologia do Porto.
Pizarro adiantou que será pedida "uma indicação clara no processo informático de prescrição",o que obrigará os médicos que prescrevem este medicamento a indicar "com clareza que se trata de uma prescrição para a diabetes tipo 2".