O deputado do Bloco de Esquerda (BE) José Soeiro levou Legos para a audição da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, na Assembleia da República, esta segunda-feira.
Os blocos serviram como metáfora para “demonstrar os truques do Governo sobre as pensões e sobre a sustentabilidade da Segurança Social", disse José Soeiro numa publicação na rede social Facebook, onde partilhou o vídeo da sua intervenção.
Sentado no plenário, o deputado do BE colocou alguns blocos brancos à sua frente e pediu à ministra para "imaginar que isto é uma pensão". "Se a senhora ministra cumprisse a lei, tinha que aumentar 8% a pensão desta pensionista", apontou, enquanto empilhava mais Legos, desta vez vermelhos, no topo do bloco que inicialmente tinha mostrado.
"Só que a senhora ministra entendeu que, este ano, não ia subir os 8% da lei, ia subir só 4% e os outros 4% ia dar aos pensionistas em outubro, dizendo que assim ficam com maior disponibilidade de rendimento no imediato", referiu, ao recorrer mais uma vez ao Legos, adicionando mais uns quadrados à primeira construção, que estava acompanhada por bonecos ‘reformados’.
Já na reta final da ‘brincadeira’, José Soeiro continuou a ‘desmontar’ aquilo a que chama “truque” na atualização das pensões: "Simplesmente para o ano, se as pensões em 2024 aumentarem mais 4%, esta seria a pensão que teria direito de acordo com a lei e, com o mecanismo do Governo, mesmo que para o ano aumentem 4%, a pensão vai ser sempre menor".
"Este corte vai permanecer na pensão para sempre. Porque esta parte da pensão não foi incorporada", concluiu.
A ministra Ana Mendes Godinho não encarou da melhor forma a ‘brincadeira’ do deputado, ao afirmar que, "ao contrário” deste, não brinca "com a sustentabilidade da Segurança Social com Legos".
"Não brinco e acho que nenhum de nós devia brincar, porque se há instrumento poderoso que nos une a todos como sociedade é a Segurança Social e o sistema de proteção coletiva. Brincar com Legos com a sustentabilidade da Segurança Social acho que é, no mínimo, não ter noção da importância" desta, sustentou a governante.