Passaram 40 anos desde que Steven Spielberg nos contou a história da amizade inesperada entre o pequeno Elliott, interpretado pelo ator americano Henry Thomas, e o carismático extraterrestre preso na terra.
Lançado no dia em 11 de junho de 1982, o filme E.T. – O Extraterrestre conquistou milhares de fãs e foi indicado para nove categorias dos Óscares, saindo com quatro estatuetas: Melhor Banda Sonora, Melhor Mistura de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais. Na altura, Spielberg exibiu pessoalmente o filme na Casa Branca para o então Presidente dos EUA, Ronald Reagan, e a primeira-dama, Nancy.
As memórias de Henry Thomas Para comemorar o quadragésimo aniversário do filme, a CNN falou com Henry Thomas, atualmente com 51 anos, que relembrou não só o período das filmagens, mas também a fama que o filme lhe trouxe.
O ator começou por admitir que inicialmente não compreendeu a ideia de criar uma história com um pequeno alienígena: “Lembro-me que, em criança, gostava muito do Star Wars e Indiana Jones. Por isso, quando recebi o guião, pensei: ‘Não há luta de laser? Não há naves espaciais?”, relembrou. O jovem parecia relutante. Viu o E.T. no set de filmagens e, mesmo assim, considerava que “um extraterrestre com o dedo que cura” parecia um conceito tonto. Só depois da produção do filme ter efetivamente começado é que mudou a sua perceção, “porque Spielberg tornou tudo muito incrível”. “Ele foi capaz de falar comigo e fazer-me sentir como um colega. Nunca me senti rebaixado, o que é importante quando és criança”, afirmou. “Especialmente quando se é uma criança num mundo adulto, num trabalho adulto”, frisou.
Apesar de não ter visto o filme nos últimos 20 anos (o ator não gosta de se ver nos ecrãs), Thomas garante entender de onde veio todo o sucesso da produção. “O filme fala da nossa compaixão humana universal”, argumentou. “Todos nós temos isso. Todos nós temos um protetor dentro de nós, certo? Eu acho que fala disso e isso traz-nos de volta à juventude”, acredita o ator.
E revelou que 40 anos depois, ainda é conhecido como “o menino do E.T.”, mas isso não o incomoda. Já que ficou calejado quando, de uma criança normal, passou a ser reconhecido nas ruas: “De repente, eu já não era anónimo. Era uma sensação estranha sendo pequeno”, revelou, lembrando um livro – Nunca Fales com Estranhos – que o marcou, já que sugeria que não se devia falar ou dar resposta a gente que não conhecemos. De um momento para o outro, eram muitos os estranhos que o abordavam.
Depois de toda essa azáfama e integração no mundo das celebridades, o artista percebeu a colaboração maravilhosa que tinha feito com Steven Spielberg. “Imagino que se fosse um filme mau que fosse universalmente criticado, não estaríamos a falar dele agora, 40 anos depois”, afirmou. “As pessoas, quando me reconhecem, associam-me a esse grande personagem, um jovem porreiro e rebelde. Isso é ótimo!”, frisou. “É raro e único fazer parte de uma coisa assim e eu aprecio-o muito mais agora, porque sei o quão raro é ter sucesso nesta indústria. A maioria dos filmes vem e vai em poucos anos e ninguém se lembra deles”, explicou.
Segundo a CNN, uma versão 4K Ultra HD atualizada do filme acabou de ser lançada. Além de incluir 45 minutos de novas imagens inéditas do clássico, a nova versão contém também uma retrospetiva do filme, TCM Classic Film Festival: Uma noite com Steven Spielberg. Há também entrevistas do elenco e da equipa e uma conversa com o compositor John Williams sobre a famosa banda sonora do filme.