Janny Mitchell, uma mulher afro-americana natural do estado de Missouri, nos Estados Unidos, processou na sexta-feira a L’Oreal S.A por ter alegadamente desenvolvido cancro na sequência de um produto que utilizou da marca francesa para alisar o cabelo.
O processo, conta a Reuters, surgiu dias após um estudo do Instituto Nacional de Segurança da Saúde Ambiental dos EUA (NIEHS) ter concluído que os produtos para o cabelo podem aumentar “significativamente o risco de cancro do útero entre os utilizadores frequentes”.
O relatório afirma que as mulheres que utilizam os produtos mais de quatro vezes por ano tinham duas vezes mais hipóteses de desenvolver cancro do que as que não utilizavam.
Mitchell foi diagnosticada com cancro do útero em 2018 e começou a utilizar os produtos em questão em 2000, quanto tinha dez anos, e exige uma indemnização monetária à empresa francesa, além do pagamento de todas as despesas médicas.
“As mulheres negras são há muito tempo vítimas de produtos perigosos comercializados especificamente para elas”, afirmou o advogado de Mitchell, Ben Crump, em comunicado, citado pela agência noticiosa AFP. “Provavelmente iremos descobrir que o trágico caso de Mitchell é um dos inúmeros em que empresas enganaram agressivamente as mulheres negras para aumentar os seus lucros", assinalou.