EDP lucra 518 milhões mas atividade em Portugal dá perdas

“Seca extrema que assola a Península Ibérica e afeta a produção hídrica ficou 63% abaixo da média”, revelou a elétrica.

A EDP anunciou um lucro de 518 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 1% face ao mesmo período de 2021, suportado pelo desempenho das renováveis na Europa e das redes no Brasil. Já em Portugal, os prejuízos aumentaram, tendo atingido 181 milhões de euros, entre janeiro e setembro, devido à seca extrema que assola a Península Ibérica e afeta a produção hídrica, que ficou 63% abaixo da média, e ao aumento dos preços da energia nos mercados grossistas.

“A seca extrema (produção hídrica 63% abaixo do esperado) conjugada com os elevados preços de eletricidade no mercado grossista Ibérico neste período (186 euros/MWh +137%), foram o principal contributo para o resultado líquido negativo em Portugal de 181 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2022“, revela em comunicado.

Só no terceiro trimestre, a elétrica obteve um lucro de 211 milhões de euros, o que representa uma subida de 26%, face aos 167 milhões de lucro registados no mesmo trimestre do ano passado. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de julho a setembro fixou-se em 1052 milhões de euros.

Já em relação ao investimento, o valor bruto do grupo duplicou, nos primeiros nove meses, para 5500 milhões de euros, dos quais 96% alocados a renováveis e redes. Nos últimos 12 meses, o grupo instalou mais 2,7 gigawatts (GW) de capacidade renovável.

dívida líquida aumentou da EDP até o final de setembro ascendia a cerca de 15,3 mil milhões de euros, mais 32%. Isto reflete “principalmente a aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes de eletricidade, tal como definido no plano estratégico 2021-2025, e a apreciação do real brasileiro e do dólar americano”.

Olhando para o EBITDA recorrente (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização recorrente), este aumentou 21% para 3.046 milhões de euros nos primeiros nove meses do mês, mas se forem excluídas as variações cambiais, o crescimento foi de 15% “com forte contributo do crescimento na EDP Renováveis e nas redes de eletricidade no Brasil”, revela o documento.