Por João Sena
À partida para a última jornada da fase de grupos, as contas do Benfica eram simples; precisava de fazer melhor do que o PSG e, em caso de vitória de ambos, teria de anular a diferença de quatro golos para garantir o primeiro lugar no grupo. A palavra de ordem ‘marcar, marcar, marcar’ chegou ao relvado e o Benfica garantiu a vitória no grupo no sexto critério de desempate (golos marcados fora).
O Benfica fez o que lhe competia, venceu em Haifa por 6-1, e segue para o sorteio de segunda-feira, em Nyon, às 11 horas, como cabeça de série. Refira-se que as duas equipas foram as únicas a completar a fase de grupos da Liga dos Campeões sem sofrer qualquer derrota! A equipa de Roger Schmidt está sem perder há 22 jogos (18 vitórias e quatro empates), e encerrou o ciclo negativo de viagens a Israel que incluía duas derrotas frente ao Beitar Jerusalém (2-4) e Hapoel Telavive (0-3).
Foi um Benfica sem Enzo Fernández, ausente por castigo, mas determinado a vencer que entrou em campo para defrontar o Maccabi Haifa, que tinha a ténue esperança de pontuar e chegar à Liga Europa. O registo dos israelitas em casa dava que pensar, disputaram 11 jogos e apenas perderam com o PSG (1-3).
A diferença de qualidade entre as duas equipas – o Maccabi foi a equipa que menos investiu para estar presente na liga milionária – não foi evidente durante a primeira parte, o mesmo já tinha acontecido na partida realizada no Estádio da Luz. A conversa do treinador do Maccabi que se “precisarmos de uma vitória, vamos com tudo” confirmou-se em campo, onde os seus jogadores foram muito competentes a travar a dinâmica dos encarnados.
Jogo dividido A equipa base que todos já sabem de cor, teve apenas uma alteração que foi a entrada de Aursnes para o lugar de Enzo, que ficou em Lisboa por estar castigado. Nos primeiros minutos, o Maccabi foi uma equipa com personalidade, sem medo, que teve mais bola, ligou melhor o jogo e teve uma grande oportunidade para marcar aos seis minutos, após um corte deficiente de António Silva.
O Benfica respondeu com Gonçalo Ramos a rematar ao poste, mas era evidente que a equipa encarnada (ontem equipou de amarelo) não estava confortável no jogo. No primeiro quarto de hora, a equipa israelita foi mais agressiva na recuperação da bola, mas a partir daí o meio-campo do Benfica pegou no jogo, marcou o ritmo e conduziu a bola até Gonçalo Ramos que, aos 20 minutos, marcou um belo golo de cabeça após assistência de Otamendi. A vantagem durou pouco, pois Alexander Bah cometeu uma grande penalidade por mão na bola e Cherry empatou aos 26 minutos.
Logo após o golo do empate, o Benfica foi forçado a fazer duas substituições, com Petar Musa a entrar para o lugar de Gonçalo Ramos, que saiu lesionado, e Chiquinho a render Aursnes. Num jogo bem disputado e com oportunidades de golo para as duas equipas, o Benfica estabilizou muito por influência de João Mário, que passou a jogar na zona central, deixando a Rafa o papel de fazer a ‘cabeça em água’ aos defesas israelitas com a sua velocidade e exímio controlo de bola.
O intervalo chegou com um justo empate, mas esperava-se mais da equipa de Roger Schmidt. É verdade que teve mais posse de bola e maior eficácia no passe, mas não foi suficiente para se superiorizar ao Maccabi como fez, por exemplo, nos jogos contra a Juventus.
A segunda parte começou com o Benfica a dominar o jogo e quase a marcar numa jogada em que Alexander Bah avançou pelo terreno até à área contrária e ofereceu o golo a Chiquinho. Não foi à primeira, foi à segunda, numa jogada tirada a papel químico, o lateral direito centrou e Petar Musa, qual ponta-de-lança, fez o segundo golo aos 59 minutos. A história do jogo começou a mudar, o Benfica passou a ter mais bola, deixou de ser reativo e passou a ser ativo, instalou-se no meio-campo contrário e saía com muito acerto para o ataque, o voo do Benfica estava a ser bem conseguido.
Grimaldo acabou com as aspirações do Maccabi ao marcar, aos 69 minutos, um excelente golo na marcação de um livre fora da área. A exibição dos encarnados merecia um golo assim. Mas não ficou por aqui, e Rafa fez o quarto golo dois minutos depois após passe de Neres, que, finalmente, apareceu no jogo. Mesmo a terminar, o menino Henrique Araújo fez o quinto golo após mais uma assistência de Bah, e nos descontos João Mário fez o sexto golo.
Juventus derrotado de novo No outro jogo do grupo, a Juventus recebeu o PSG e perdeu por 1-2. A equipa italiana tinha uma empreitada deveras complicada para conseguir um resultado que a mantivesse viva na Europa, e beneficiou da ajuda do Benfica para garantir um lugar na Liga Europa. Os franceses sem Neymar, castigado, queriam acabar como líderes do grupo perante um rival em crise e sem vários jogadores importantes.
As esperanças da Juventus sofreram um abalo aos 13 minutos quando Mbappé fez o primeiro golo do jogo, mas Bonucci deu novo alento à Vecchia Signora ao empatar quase em cima do intervalo. Na segunda parte, Nuno Mendes fez o segundo golo do PSG e arrumou com o jogo.