A sexta-feira mais louca do ano está a chegar: a black friday tem lugar já este dia 25 e promete levar os entusiastas das compras à loucura, como aliás tem sucedido todos os anos. Os preços mais baixos começaram mais cedo em muitas lojas que acenam com verdadeiras reduções de preços. Sem contar com o fim de semana prolongado no que diz respeito aos preços baixos: é que dia 28, segunda-feira, é cyber monday.
A verdade é que a black friday é o primeiro momento de promoções antes do Natal e, por isso, muitos são os que aproveitam a data para poder adquirir os presentes de Natal de forma mais acessível.
A Klarna, serviço de banca de retalho, pagamentos e compras a nível global, acaba de lançar o mais recente estudo Pulse Report – black friday e cyber monday, com dados de mais de 17 mil consumidores de 17 países, incluindo Portugal. O objetivo é tentar antecipar e compreender as mudanças de comportamento dos consumidores – que é cada vez mais digital – e o que vai isso significar para as vendas nestes dias. “A pandemia acelerou as inovações digitais e agora os consumidores estão online mais do que nunca. Além disso, nos últimos seis meses, milhões de consumidores foram afetados pela inflação de preços e, portanto, adaptaram os seus hábitos de consumo em conformidade com a situação atual”, afirma Alexandre Fernandes, Country Leader da Klarna em Portugal.
Com muitos retalhistas a desenvolverem a sua presença online para melhor responderem às expectativas cada vez mais digitais dos compradores, a pesquisa da Klarna mostra que as lojas físicas ainda desempenham um papel essencial junto dos consumidores.
Os inquiridos antecipam que vão fazer compras online mais do que o normal durante as agitadas vendas de novembro – 44% dos portugueses afirma que vai comprar mais online este ano em comparação com 2021, com os Millennials a destacarem-se como a geração que mais vai comprar online comparativamente ao ano passado (60%). Quando questionados sobre quais os produtos que mais vão comprar online vs. offline, os portugueses destacam os produtos e brinquedos eróticos (60%), seguido dos produtos de eletrónica (58%) e de entretenimento (57%).
O estudo diz também que a grande maioria dos inquiridos considera que vai comprar algo durante as vendas nestes dois dias – afirmação que é particularmente verdadeira para as gerações mais jovens. A nível global, 67% dos inquiridos acha que vai comprar algo durante a black friday/cyber monday, dos quais 25% tem certeza de que o fará. Em Portugal, são os homens (66%) que mais afirmam que irão comprar algo durante a Black Friday (vs. 62% das mulheres).
Os smartphones estão, também, a mudar a experiência de compra em loja: muitos compradores afirmam utilizar os telefones para comparar ofertas e preços competitivos e verificar reviews e testemunhos para garantir que encontraram o produto certo. A nível global, 70% às vezes (ou frequentemente) usa os seus smartphones quando está em loja física, dos quais 22% fá-lo frequentemente. Este valor sobe para 78% quando nos referimos apenas aos compradores portugueses.
Os resultados do Pulse Report da Klarna mostram também que as compras online e no mundo físico são feitas de forma diferente. O planeamento meticuloso, orçamento e consciência de preço estão fortemente correlacionados com as compras online. Quem pretende comprar na loja física tende a fazer as suas compras de forma mais espontânea.
Cuidados a ter Mas nem tudo são vantagens. A Deco lembra que “na hora de comprar, a maioria dos consumidores age de forma instintiva e emocional. Os vendedores e as marcas sabem-no e recorrem a táticas que agem ao nível do subconsciente para os incitarem a optar por determinados produtos ou a decidir rapidamente, sem reflexão. Ter presentes as estratégias mais comuns ajuda a fazer escolhas mais racionais”.
E chama ainda a atenção para o facto de o preço ser relativo. “Muitas vezes, não temos a noção do preço habitual de determinado produto, pelo que acabamos por basear a avaliação na comparação com bens similares que se encontram na própria loja. Por isso, não é raro os comerciantes rodearem os produtos que pretendem vender de artigos semelhantes, uns muito caros, outros muito baratos. Os consumidores tendem a optar pelo meio-termo. Verifique nos nossos comparadores se o produto em destaque é efetivamente de qualidade e se o preço é justo”, refere.
Os alertas não ficam por aqui. A associação diz também que “é muito fácil criar contas em redes sociais para publicitar lojas fictícias ou vender produtos contrafeitos e pirateados. Tenha cuidado com as ofertas que parecem “demasiado boas para ser verdade” e verifique bem as informações divulgadas nesses canais, para garantir que não cai em fraudes”, acrescentando que “durante a black friday, os preços de alguns produtos sofrem grandes reduções, mas os direitos de quem os compra não”. E lembrou que este ‘evento’ nasceu nos EUA como estratégia, para as lojas, de escoar os stocks e preparar a chegada dos produtos e novidades do Natal. “Foi dessa necessidade de criar espaço que surgiram os grandes descontos na última sexta-feira de novembro. Em Portugal, o conceito tanto é usado na forma original de promoção de um dia só, como se estende por mais alguns dias, ou semanas, antes ou depois”, referiu.