O contemplado com Prémio Nobel da Paz 2022, Ales Beliatski, defensor dos direitos humanos na Bielorrúsia e detido desde julho do ano passado, arrisca uma pena de prisão até 12 anos num caso de contrabando de géneros.
O anúncio foi feito esta segunda-feira pela organização não-governamental (ONG) Viasna, fundada pelo detido, em 1996, na sequência de manifestações massivas pró-democracia com o intuito de apoiar pessoas detidas bem como os familiares próximos.
Beliatski juntamente com as suas organizações de defesa dos direitos humanos Memorial da Rússia e o Centro para as liberdades civis da Ucrânia, está incluído neste caso juntamente com outros dois colaboradores detidos e um terceiro em exílio no estrangeiro, segundo a Viasna, que num comunicado também indicou que “incorrem entre sete e 12 anos de prisão”, explicando que o processo penal foi a tribunal, porém ainda não foi definida a data do início do julgamento.
O ativista político de 70 anos e os seus colaboradores estão acusados de contrabandear uma “grande quantidade de dinheiro” para a Bielorrússia para alegadamente financiar atividades da oposição, esclareceu a ONG num comunicado.
Este caso está a ser entendido como uma vingança do Presidente russo Alexandre Lukashenko, no poder desde 1994, um aliado de Moscovo que se tem caracterizado pela repressão às vozes críticas, em particular desde o amplo movimento de contestação pós-eleitoral no verão de 2020.
Na sequência da atribuição do Nobel da Paz, a Bielorrússia considerou-a uma “decisão politizada”.