Nem Cristiano Ronaldo poderia querer igualar o recorde de Eusébio – 9 golos em fases finais do Campeonato do Mundo – daquela forma. Apesar do festejo confiante, Ronaldo não celebrou da maneira característica a que já vem habituando os adeptos, correndo para junto da bandeirola de campo e aterrando sobre os dois pés depois de uma pirueta no ar – como fez, de resto, contra o Gana, quando apontou o primeiro golo de Portugal neste Campeonato do Mundo. Desta vez foi direto aos colegas, abraçando entre eles Bruno Fernandes, a quem a FIFA confirmou momentos depois a autoria do golo. O sensor instalado na bola também indicou que não houve qualquer toque ou desvio provocado pelo capitão da seleção portuguesa – apesar da tecnologia valer o que vale. Não é essa a questão. Cristiano Ronaldo até poderia ter raspado tão suavemente ao ponto do sensor não detetar e, sobretudo, pode ter ajudado a ludibriar o guarda-redes uruguaio para que o golo se concretizasse. O mais importante: Portugal garantiu o apuramento para os oitavos de final, permitindo também que o número 7 – que tem 8 golos e está a apenas a um da Pantera Negra – continue na corrida por mais uma marca impressionante, depois de já ter conseguido a proeza de marcar em cinco Mundiais.
Todos acreditam que será possível fazê-lo, também porque acreditam que a equipa das Quinas será uma das seleções presentes no imponente Estádio Lusail, no próximo dia 18 de dezembro, data da grande final.
Para lá chegar serão precisos golos, um tema confortável para Cristiano Ronaldo, dos pés à ponta dos cabelos. Aquele não contou, mas nem Ronaldo poderia querer igualar Eusébio daquela forma. Para uns o golo será sempre dele, para outros ficou bem claro que não.
Certo é que desde o arranque não se esperava menos do que um novo recorde superado. Até nos penáltis é preciso ter cabeça.