O Ministério Público de Moçambique considerou que um vídeo humorístico feito por três crianças pequenas era uma “vulgarização” dos agentes reguladores de trânsito e uma “ofensa e banalização” do Estado e decidiu levar a família dos menores a julgamento, sob acusação de calúnia e difamação, em Chimoio, centro do país.
No vídeo, a circular nas redes sociais, duas crianças fingem ser polícias e interpelam um condutor, interpretado por um outro menor, com acusações inventadas e passiveis de multa. No final ‘extorquiram’ dois iogurtes líquidos.
Valter Danone, um dos menores, é neto de Raquel Jorge, jornalista da Rádio Moçambique que detém a guarda da criança, foi arrolada no processo-crime.
“Do incrível talento de duas crianças, à absoluta falta de sentido de humor de uma PGR [Procuradoria-Geral da República] desocupada em Manica”, escreveu Tomás Vieira Mário, ex-presidente do Conselho Superior da Comunicação Social de Moçambique, numa mensagem pública no Facebook com que acompanha o vídeo.
O julgamento no Tribunal Judicial da Cidade de Chimoio já começou, mas após um par de horas foi interrompida a sessão, porque não havia condições para a projeção do vídeo e era preciso encontrar um perito para avaliar se a criança que faz de condutor estava efetivamente a conduzir o carro.
Os trabalhos só vão ser retomados em 27 de dezembro.