O PCP acusou o Governo de falta de sensibilidade por ter feito uma revisão do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que anula a redução do preço dos combustíveis, mas considerou que o Executivo “ainda vai a tempo” de voltar atrás na decisão.
“O Governo deveria ter tido a sensibilidade e evitar o aumento do preço dos combustíveis”, sustentou a líder parlamentar comunista numa declaração enviada às redações.
Paula Santos considerou que o Executivo socialista “ainda vai a tempo de intervir e de travar” o aumento dos preços, mas alertou que é necessário ir além da “intervenção no plano fiscal”.
Na ótica dos comunistas, é preciso fixar preços máximos nos combustíveis e “enfrentar os grupos económicos”. “A Galp teve mais de 600 milhões de euros em lucros […], enquanto os trabalhadores e o povo vão empobrecendo”, denunciou a deputada do PCP.
O Governo decidiu reduzir os descontos do ISP, uma medida que a oposição considera injusta e que prejudica famílias e empresas já que, como consequência, os preços dos combustíveis aumentaram, mais 1,5 cêntimos na gasóleo e quase dois cêntimos na gasolina. Os comunistas juntam-se assim ao PSD e ao Bloco de Esquerda, que também já apontaram o dedo à decisão.
Para o líder dos sociais-democratas, os sucessivos aumentos do ISP têm tido um “duplo efeito fiscal”. “É esse imposto que sobe e é o IVA que sobe sobre o preço que inclui esse imposto”, referiu Luís Montenegro.
Mais dura nas críticas, a coordenadora do BE considerou incompreensível” e “imperdoável” a decisão do Governo de “subir” o ISP. “Os combustíveis têm tido preços absurdos, preços que impactam em toda a economia e a atuação do Governo em não permitir a baixa de preços é uma atuação que vai prejudicar toda a gente”, lamentou Catarina Martins.