A Associação Representativa dos Polícias (ARP) deixou claro, num comunicado enviado às redações, nesta quinta-feira, que "irá enviar ao Ministério da Administração Interna" um "caderno reivindicativo com algumas das preocupações que assolam cada vez mais os polícias" como "um vencimento e um tratamento justo, para todos os polícias em relação à demais Administração Pública".
De acordo com esta estrutura sindical, "enquanto isso não for conseguido, é certo e sabido que os serviços remunerados são a base de sobrevivência de muitos agentes, chefes e oficiais na atual conjuntura económica" e, portanto, a ARP sugeriu ao MAI "a abolição de tabelas e atualização de valores em vigor, passando a vingar apenas duas, uma diurna e outra noturna": a primeira que contempla 50 euros por quatro horas de remunerados para agentes, 55 para chefes e 60 para oficiais e a segunda que propõe 75, 80 e 85 para os mesmos, respetivamente.
"É preciso não esquecer que a estes valores serão sempre descontados 10% que revertem a favor do Estado, sendo que quem paga são os privados que requisitam os serviços da PSP. Por outras palavras, o Estado não gasta nada e ainda arrecada milhares de euros com os seus recursos", lembra, salientando que se o Executivo não der provimento à proposta, a ARP pedirá a todos os polícias que fazem gratificados "para, num enorme esforço e com prejuízo pessoal" deixarem de os fazer. "A partir de uma data a definir, até que os seus justos direitos sejam reconhecidos pela tutela, quer em termos salariais quer em termos de serviços remunerados", salienta.
De seguida, realça que "acabar com o compadrio de 'alguns interesses' e defender a dignidade é urgente", frisando que "só com união" será possível "almejar alcançar" os direitos desta classe profissional. "Porque os remunerados são a arma de chantagem do Governo para os baixos vencimentos dos polícias e que se aproximam cada vez mais do salário mínimo nacional. É tempo de dizer basta. Os polícias merecem respeito", conclui.